O Morgan Stanley reduziu sua previsão de crescimento econômico da China para 2016 de 7,0% para 6,8%, diante de um avanço mais fraco do investimento. Além disso, o banco vê riscos de que o resultado final seja ainda menor.
De acordo com o Morgan, o país enfrenta desafios como o alto nível de endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e também a atual tendência de desaceleração inflacionária, após ter superestimado seu crescimento potencial desde meados do ano 2000, com investimentos em excesso.
O governo chinês deve introduzir mais políticas de afrouxamento, a fim de impedir uma desaceleração maior. O Morgan Stanley espera que sejam adotados várias vezes cortes no compulsório dos bancos, nos próximos trimestres, para manter as condições de liquidez em nível confortável. Acredita também que é possível haver um corte adicional de 0,25 ponto porcentual nos juros no primeiro trimestre do próximo ano. Na questão fiscal, após cortes recentes em tributos para pequenas e médias empresas, o banco espera mais isenções fiscais e um ritmo mais forte no gasto fiscal.
Já Donna Kwok, economista sênior de China para o UBS, afirmou que os investidores globais devem examinar a economia chinesa como um todo, sem reagir com exagero aos números mais fracos da indústria do país. Segundo ela, há expectativa de uma desaceleração, mas não de uma forte queda como temem alguns no mercado. “O sentimento do mercado tem sido agravado ou levado pela volatilidade no mercado de ações”, avalia. Donna disse que o setor de serviços está crescendo e agora representa metade da economia chinesa. Segundo ela, as políticas do governo estão funcionando no curto prazo para impulsionar o investimento em infraestrutura, enquanto o crescimento no setor imobiliário e na indústria desacelera. Para a analista, o crescimento geral do país não seria sustentado, caso não houvesse as medidas de Pequim.
A economista do UBS afirmou ainda que os preços das ações e a economia real do país têm pouca relação. Segundo ela, a recente volatilidade no mercado chinês é parte de um ajuste em andamento a partir de níveis muito caros e de intervenções anteriores do governo, não um sinal sobre a saúde da economia real. Isso posto, porém, a forte queda de agosto nas ações atingiu as companhias de serviços financeiros e pode cortar até meio ponto porcentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo semestre. Segundo ela, isso deve ocorrer diante da inatividade no mercado de ações, do efeito sobre a riqueza no país diante da queda nas ações e da menor oferta de crédito para a economia real. Fonte: Dow Jones Newswires.