As taxas de juros negociadas no mercado futuro terminaram o dia em baixa nesta terça-feira, 16, influenciadas por fatores internos e externos. O cenário internacional mais favorável, especialmente pela manhã, e a percepção de que os juros no Brasil ficarão estáveis ao longo do ano foram os principais responsáveis pela redução das taxas. A alta significativa do dólar, no entanto, foi fator limitador desse movimento.
A repercussão dos encontros do diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, com economistas no Rio (ontem) e em São Paulo (hoje) ajudou a reforçar as apostas de que a taxa Selic continuará nos atuais 14,25% ao longo de 2016. Com isso, os prêmios de risco foram praticamente eliminados das taxas dos contratos de curto prazo, que oscilam essencialmente ao sabor da expectativa pela política monetária.
Profissionais do mercado notam que os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) até janeiro de 2017 estão “no osso”, representando apenas o rendimento do CDI. O contrato de DI para abril de 2017 chegou ao final do horário regular de negociação com taxa de 14,165%, ante 14,180% do ajuste de segunda-feira. O DI para julho deste ano projetou 14,255%, contra 14,280% do ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2017 teve a taxa reduzida de 14,40% para 14,28%.
O cenário internacional também contribuiu para a redução das taxas, com a redução da aversão a risco que vem ditando o ritmo dos negócios nos últimos meses. Quatro importantes produtores de petróleo anunciaram um acordo para congelar a produção e deram força para os preços da commodity no começo do dia.
A China anunciou que em janeiro os bancos locais liberaram 2,51 trilhões de yuans (US$ 385,5 bilhões) em novos empréstimos, o maior valor já registrado em um único mês e bem acima da previsão de 1,9 trilhão de yuans. Além disso, a base monetária da China (M2) subiu 14% em janeiro, após avançar 13,3% em dezembro. O Banco do Povo da China (PBoC) ainda injetou 30 bilhões de yuans (US$ 4,6 bilhões) no mercado via operações de mercado aberto e autoridades prometeram oferecer mais suporte financeiro ao setor industrial.
À tarde, no entanto, uma piora no cenário, que incluiu a queda dos preços do petróleo, pressionou o dólar frente a moedas de países emergentes, como o Brasil. Com a moeda americana renovando sucessivas altas frente ao real, as taxas de juros recompuseram parte dos prêmios, principalmente nos vencimentos de maior prazo. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2018 terminou o dia com taxa de 14,87%, ante 15,04% do ajuste de ontem. Já o DI para janeiro de 2021 terminou o dia estável, com taxa de 16,02%.