Pela primeira vez após dois meses de estabilidade, as projeções do mercado financeiro para o IPCA de 2017 recuaram no Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 11, pelo Banco Central. Segundo o levantamento, a mediana das previsões passou de 6,00% para 5,95%.
Com a queda, as previsões saíram do teto da meta para o ano que vem, mas continuam elevadas. Pelos cálculos do BC, a inflação do ano que vem subirá 4,9% e 5,4%, respectivamente pelo cenário de referência e de mercado, traçado no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
Também em trajetória de baixa – aqui, a quinta consecutiva -, as projeções do mercado para o IPCA deste ano mostraram queda mais forte do que a vista nas edições anteriores por causa da surpresa positiva com o IPCA de março, divulgado na sexta-feira passada. A mediana das estimativas no documento passou de 7,28% para 7,14% nesta semana. Há um mês, estava em 7,46%.
Apesar de menor, a mediana das estimativas para 2016 ainda está acima das novas previsões apresentadas pelo BC no RTI de março. Pelo cenário de referência da instituição, o IPCA subirá 6,6% este ano e, pelo de mercado, 6,9%. Todas as previsões – do mercado e do governo estão acima do teto da meta de 2016, de 6,50%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas para 2016 caiu de 7,18% para 7,06% de uma semana para outra – um mês antes, estava em 7,69%. No caso de 2017, a previsão ficou congelada em 6,20% na semana ante taxa de 6,50% apontada um mês atrás.
A inflação suavizada 12 meses a frente também teve leve recuo, passando de 6,48% para 6,43% de uma semana para outra – há um mês, estava em 6,61%. Para o curto prazo, houve ajustes pontuais. Para abril, a mediana das previsões saiu de 0,61% para 0,60% de uma semana para a outra – quatro edições atrás da Focus estava em 0,65%. No caso de maio, que apareceu pela primeira vez no levantamento hoje, a taxa saiu de 0,49% para 0,50%.
Preços administrados
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados em 2016 caíram no Relatório de Mercado Focus. Vilões da inflação de 2015, ao avançarem 18,07%, a expectativa agora é de que esse conjunto de preços terá alta de 7,20% este ano.
A taxa prevista na semana anterior era de 7,40%, a mesma de quatro semanas atrás. No caso de 2017, a mediana das expectativas subiu de 5,50%, onde já se encontrava quatro semanas antes, para 5,70%.
O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%. A expectativa da entidade é a de que, apenas no primeiro semestre deste ano, haja uma desinflação de 2 pontos porcentuais da inflação. Entre outros aspectos, a instituição conta com a ajuda dos preços monitorados ou administrados pelo governo.
No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na quinta-feira passada, o BC previu que os preços administrados devem subir 6,1% este ano ante previsão anterior de 5,9%. Para 2017, a projeção para esse conjunto de itens ficou inalterada em 5,0%.
Outros índices
Os índices de preços no atacado recuaram mais uma vez no Relatório Focus. O destaque foi a redução do IGP-M deste ano, de 7,67% para 7,47%. Quatro semanas antes estava em 7,77%. Para o ano que vem, o indicador saiu de 5,66% para 5,61% – um mês atrás, a mediana apontava para uma taxa de 5,50%.
NO caso do IGP-DI, a previsão passou de 7,41% para 7,40% de uma semana para outra no cenário de 2016. Quatro semanas atrás, estava em 7,60%. Para o encerramento de 2017, a mediana das previsões seguiu em 5,50% pela décima primeira semana seguida.
O IPC-Fipe para 2016 disparou de 7,00% para 7,27%, segundo a pesquisa Focus de hoje. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 7,01%. Para 2017, a inflação de São Paulo subirá, pelo boletim Focus, 5,50%, ante taxa de 5,70% prevista no levantamento anterior. Quatro edições atrás do documento já estava em 5,50%.