A relação entre o preço do etanol e o da gasolina avançou 2,17 pontos porcentuais em fevereiro, para 76,20%, após 74,03% em janeiro, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Trata-se do maior nível desde abril de 2011, quando foi de 80,80%. Na última semana de fevereiro, o avanço foi mais intenso, ao ficar em 77,25%, na comparação com 75,94% na terceira semana.
Na avaliação do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, André Chagas, se considerar a máxima histórica de 80,80% de abril de 2011, há espaço para a relação etanol/gasolina subir mais. “Tudo vai depender de como ficará a demanda”, disse.
Além do período de entressafra, que tende a pressionar os preços do biocombustível, o economista da Fipe também ressalta que muitos consumidores têm optado por abastecer o veículo com etanol, cujo preço é mais em conta em relação ao da gasolina, sem se preocupar com a equivalência entre os dois preços.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
Chagas relata, contudo, que essa medida de equivalência de 70% pode estar ultrapassada, pois vem crescendo a corrente de especialistas que afirmam que abastecer com etanol pode ser vantajoso quando seu valor for de até 80% do da gasolina. Isso porque, explica, as montadoras fizeram melhorias nos motores dos veículos, aumentando a eficiência.
No IPC da Fipe, que mede a inflação na capital paulista, o etanol teve variação de 3,84% ante 0,78% da gasolina em fevereiro. O IPC, por sua vez, variou 0,89% no segundo mês do ano, após 1,37% em janeiro. “Até a chegada da nova safra, a relação entre os preços deve seguir acima de 70%”, completou.
