O Brasil pode retornar ao mercado para recomprar os bônus de cupons mais elevados, reabrir a oferta recentemente feita de bônus de 10 anos ou ainda emitir um novo bônus de 30 anos, mas tudo dependerá das condições do mercado, disse o subsecretário do Tesouro, José F. Medeiros. “Não temos necessidade e não iremos ao mercado para fazer demonstrações”, comentou durante evento do Latin Finance Issuers & Investors, em São Paulo, nesta terça-feira, 19.
Medeiros disse que a estratégia do Tesouro continua sendo de recompra dos bônus mais caros e foco nos vencimentos de 10 e 30 anos. Ele ressaltou que, nesse momento, a maior preocupação do Tesouro é que os investidores entendam o que acontece no País e se sintam confortáveis para investir, concordando que o ajuste fiscal é essencial para isso. “O ajuste é que provocará impacto positivo nos negócios e sentimento dos investidores”, afirmou.
Em relação à confiança dos investidores, o diretor de mercado de dívida do HSBC, Alexei Remizov, citou o caso da Argentina, que está atraindo muito interesse e demanda para colocação de dívida externa soberana. “Em termos de fundamentos, ainda não são totalmente sólidos, mas os investidores são guiados pelas perceptiva de mudança e o Brasil pode se beneficiar disso”, comentou.