O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDDB), negou nesta sexta-feira, 8, que esteja oferecendo cargos na administração em troca de apoio partidário ao seu aliado João Doria, pré-candidato tucano à Prefeitura da Capital. O PSDB anunciou ontem o apoio do PP a Doria, após ter anunciado, na semana passada, o apoio do Partido Verde. As duas legendas foram contempladas com cargos no primeiro escalão estadual. “Não há nenhuma relação. O PV faz parte do nosso governo desde 2011”, disse Alckmin.
Ainda segundo o governador, a mudança de comando na Secretaria de Turismo, não ocorreu devido a acordo partidário. No caso do PP, Alckmin lembrou que o partido também faz parte, há bastante tempo, de sua base de apoio.
Por fim, Alckmin lembrou que o PRB, o PTB e o Solidariedade, partidos que apresentaram pré-candidaturas próprias à Prefeitura de São Paulo, também ocupam cargos no governo e integram sua base de apoio na Assembleia Legislativa.
Racha
O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, minimizou nesta sexta-feira, 8, o racha do partido em São Paulo e defendeu a pré-candidatura do empresário João Doria à Prefeitura da Capital. Aliado de Alckmin, Doria foi eleito pré-candidato em processo de prévias que foi contestada por tucanos na Justiça e culminou com a saída do partido do vereador Andrea Matarazzo, que migrou para o PSD. “É natural que um partido da dimensão do PSDB tenha suas disputas internas, estou absolutamente convencido que, chegando o momento da disputa, estaremos unidos. Nosso candidato em São Paulo é o João Doria, que venceu as prévias”, disse o senador.
A declaração de Aécio foi concedida ao lado do senador José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), braço de formulação política do PSDB, e autor de uma ação enviada ao Ministério Público pedindo a cassação da pré-candidatura de Doria.
O governador Geraldo Alckmin também minimizou o racha: “Este é um tema partidário, estamos absolutamente confiantes (na candidatura de Doria).”
Após ser acionado por Aníbal e pelo ex-governador Alberto Goldman, o Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação para apurar o abuso de poder econômico e compra de votos por parte de Doria no processo de prévias tucanas.
Durante a disputa interna, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, o senador Aloysio Nunes Ferreira e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se colocaram contra a pré-candidatura de Doria.