As contratações temporárias de fim de ano amenizaram os resultados dos indicadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) que antecipam as tendências para o mercado de trabalho, afirmou nesta quinta-feira, 5, o economista Tiago Cabral, pesquisador da instituição. Após atingir em setembro o menor ponto da série, iniciada em junho de 2008, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu 5,0% no mês passado.
Mas o resultado não indica tendência de longo prazo, já que as contratações serão fruto de um movimento sazonal. “O 13º salário ajuda a injetar recursos, então o comércio fica mais aquecido nessa época, o que justifica as contratações”, avaliou Cabral.
No curto prazo, essas contratações devem estabilizar a taxa de desemprego, que desde o início do ano tem escalado degraus em uma velocidade que impressionou os economistas. “Mas para 2016 vai ter mais deterioração do emprego”, disse.
Para este ano, o economista prevê que a taxa de desemprego média ficará em 8,3%, tendo como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que mensura o mercado de trabalho em todo o País. Já no ano que vem, essa taxa deve saltar a 11,0%.
Aos olhos do consumidor, o emprego nem sequer parou de piorar. Em outubro, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 5,4%. Quando esse índice avança, significa que a percepção das famílias está menos favorável do que antes.