Economia

Arida tenta acalmar clientes do BTG

Em carta enviada ontem a seus clientes, o presidente interino do BTG Pactual, Persio Arida, disse que o banco não é alvo de nenhuma investigação ou acusação. Arida disse que o BTG está estabelecendo, junto com os membros independentes do conselho de administração, uma avaliação dos fatos envolvendo as acusações que foram feitas contra André Esteves, presidente do BTG, com o objetivo de que essas questões “sejam esclarecidas o mais rapidamente possível”.

Na quarta-feira, Esteves foi preso preventivamente na Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, assim como o senador Delcídio Amaral (PT-MS). No mesmo dia, Persio, sócio-fundador e conselheiro do BTG, foi nomeado como presidente interino da instituição.

Arida pretende, na carta, tranquilizar os clientes e o mercado, passando a mensagem de que o BTG está colaborando com as autoridades brasileiras na condução do inquérito. “Estamos mantendo contato proativo com os reguladores em todos os países onde estamos presentes. Ainda lançamos um programa de recompra”, disse no documento. O programa de recompra de ações pela tesouraria do banco foi anunciado no dia da prisão de Esteves e tem sido feita em Bolsa, disse uma fonte próxima ao banco ao Estado, sem detalhar a operação.

Ontem, as ações do BTG voltaram a cair, encerrando em baixa de 3,59%. Na semana, os papéis acumulam queda de 23%. Outros bancos listados na Bolsa também foram contaminados. As ações preferenciais (PN) do Bradesco caíram 3,67%; o Itaú registrou queda de 2,65%; os papéis ordinários (ON) do Banco do Brasil tiveram baixa de 3,14% e do Santander queda de 5,67%. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo administrativo para analisar informações do BTG.

Fontes de mercado ouvidas pelo Estado afirmaram que a solução “menos tóxica” para o banco seria a saída de André Esteves da gestão e do próprio banco. “O BTG é sustentado por três pilares: trading (negociação de commodities), gestão de fundos e pelo braço de banco de investimento. Tirando o primeiro pilar, os outros dois já foram comprometidos com a prisão do seu principal gestor”, disse uma fonte.

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