Após 19 dias, terminou nesta segunda-feira, 30, a greve de trabalhadores na Intertrim/Trimtec, de Caçapava (SP), fabricante de revestimentos de tetos e outros componentes para a indústria automobilística.
Por falta da peças, sete fábricas da General Motors, Toyota, Volkswagen, Ford e Renault suspenderam a produção entre quinta-feira e esta segunda-feira. Na Honda, carros foram deixados incompletos no pátio. O problema ocorre num momento em que as empresas já vêm suspendendo a produção voluntariamente por excesso de estoque.
Os 715 funcionários voltaram ao trabalho após a empresa melhorar o acordo salarial que já havia sido acertado com o Sindicato dos Têxteis de Taubaté e o Sindmestres, representantes dos operários e do pessoal administrativo da fábrica.
Segundo a Intertrim, deve levar uma semana para que a produção seja normalizada. A empresa trouxe reforço de 30 operários da filial do grupo na Bahia para abrir temporariamente um terceiro turno na fábrica.
A Ford avisou que continuará com a produção de carros em São Bernardo do Campo (SP) parada nesta terça-feira, 1. A Renault também não vai produzir na linha do Paraná. As demais montadoras retomam as atividades hoje.
O reajuste salarial passou de 10,33% para 11%, houve melhora nos valores para vale-refeição e cesta básica, além da reintegração de 19 demitidos por justa causa durante a greve.
Antes da assembleia que aprovou o fim da greve na manhã desta segunda, ocorreu uma briga entre representantes das centrais Força Sindical (à qual o Sindmestres é filiado) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (que reivindica na Justiça a representatividade dos operários por considerar a empresa uma autopeça). Ninguém ficou ferido gravemente.
Jorge Ferreira, do Sindmestres, disse que o sindicato opositor incitou a greve. Luiz Carlos Prates, dos Metalúrgicos, afirmou que atende a pedido dos trabalhadores que querem mudar sua representatividade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.