O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai dar o pontapé inicial da sua pré-campanha após o carnaval. O prefeito vai participar de plenárias de prestação de contas organizadas pelo partido do município. As plenárias serão uma forma de munir a militância petista e de movimentos sociais com dados para defender a gestão Haddad na campanha de 2016.
“Vamos preparar as lideranças sociais e petistas para defender as realizações do governo, alinhar o discurso. Precisamos começar assim a pré-campanha, com os multiplicadores, os formadores de opinião”, disse o secretário de Relações Governamentais, José Américo, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
“Agora a gente vai fazer as agendas do prefeito focadas na estratégia eleitoral, que é dialogar com a militância e com a periferia. Com as novas regras eleitorais, a campanha desse ano vai diminuir em tempo e recursos, então temos mesmo que buscar o caminho da militância verdadeira que ninguém tem como o PT”, disse o presidente do PT municipal, vereador Paulo Fiorillo.
A estratégia foi desenhada na semana passada, em reunião da executiva municipal do partido, vereadores, deputados federais do PT em São Paulo, além dos secretários José Américo e Nabil Bonduki (Cultura).
Para evitar acusações de que Haddad estaria usando horário de expediente, as plenárias vão ocorrer aos finais de semana. O plano contempla nove encontros, na periferia e no centro da cidade, todos com a presença do prefeito. Segundo Américo, será preparado ainda um panfleto, em formato de jornal, para ser distribuído nesses encontros. “Esse material vai trazer as informações de por que o Haddad fez um bom governo e de por que deve ser reconduzido ao cargo”, relatou o secretário.
Segundo Paulo Fiorillo, a intenção desse núcleo de pré-campanha é atingir os cerca de 20 mil filiados que têm atuação ativa, que de fato participam da vida dos 37 diretórios zonais do PT na Capital. “A gente quer atingir aqueles que fazem campanha, os militantes que vão pra rua, fazem o diálogo com a população.”
Adversários
A movimentação de Haddad vem meses após ações da senadora Marta Suplicy (PMDB) na periferia. A ex-petista é vista por muitos aliados do prefeito como sua principal adversária, por disputarem um eleitorado semelhante, no campo progressista. Desde setembro, Marta vem apostando no corpo a corpo em bairros periféricos, onde Haddad viu sua popularidade cair e onde a senadora tem um bom recall com a população.
Levantamento do Ibope, divulgado em 19 de janeiro, mostrou que a avaliação negativa da gestão Haddad chegou ao pior patamar desde o início de seu governo. A atuação do prefeito é considerada ruim ou péssima por 56% da população paulistana.
Marta vem apostando em visitas a feiras livres, postos de saúde e encontros organizados por sua equipe. Nas redes sociais, ela divulgou recentemente idas a estádio de futebol e até a ensaio de escola de samba. Na última semana, Marta investiu em andar de transporte público. Fez vídeos conversando com passageiros dentro de ônibus e flagrou a dificuldade de usuários em recarregar o Bilhete Único, em estações onde terminais de autoatendimento estavam quebrados.
Apesar da agenda intensa de Marta, o PT defende que a pré-campanha de Haddad não está atrasada. “O prefeito já vinha fazendo agendas de governo na periferia, mas ele está no cargo e temos que tomar cuidado para não misturar agenda de governo com eleição. Acho que estamos entrando em um momento oportuno”, afirmou Paulo Fiorillo.
Enquanto Haddad e Marta engatilham as pré-campanhas, os tucanos estão focados nas prévias, marcadas para o dia 28 de fevereiro. Andrea Matarazzo, João Doria e Ricardo Trípoli têm intensificado suas agendas, mas precisam se concentrar em conquistar votos dos filiados do PSDB para se tornarem de fato candidatos à Prefeitura.
O líder nas pesquisas, deputado federal Celso Russomanno (PRB), conta com a exposição diária através de seu programa na TV Record, “Patrulha do consumidor”. No programa e nas redes sociais, Russomanno tem feito críticas à gestão Haddad.