Desde início da pandemia, entidade conseguiu lares para 185 gatos de rua

A House of Cats, entidade que resgata gatos abandonados e em situação de maus-tratos, cuidando deles até que sejam adotados, conseguiu 185 lares para animais desde o início da pandemia do novo coronavírus.

A atriz e ativista Jacqueline Sato, idealizadora da ONG, afirma que a procura por adoção de gatos aumentou 50% na quarentena. A empolgação desse momento preocupa, pois muitas pessoas que adotaram podem se arrepender com a flexibilização do isolamento e a retomada gradual das atividades agora.

"Nós sempre trabalhamos com um formulário online que é preenchido por todo interessado a adotar. Este é o primeiro passo. Nele há diversas perguntas que vão desde as condições financeiras para manter o animal, a segurança do ambiente onde ele, possivelmente, virá a morar, e o como pretendem agir frente a futuras mudanças de residência, além de entender como agiriam caso o animal venha a despertar alergia em alguém da família ou venha a estragar algum móvel da casa. Tudo isto é levado em consideração. Precisamos ter uma relação transparente com o adotante. E sempre alertamos que gatos vivem em média 18 anos, alguns chegam a viver 20 anos", afirma a fundadora do House Of Cats.

Desde 2016 quando a ONG foi criada, até agora, Jacqueline ressalta que não houve nenhum problema com as adoções. "Nunca ninguém se arrependeu, quis devolver ou coisa assim, o que é sempre muito traumático pro animal. Mas, voltando às etapas, depois do formulário aprovado, começamos a conversa sobre qual será o animal mais adequado àquele adotante. E a escolha, tem sido toda virtual. Mandamos as fotos e vídeos, falamos sobre a personalidade de cada um e, assim, fechamos a adoção e agendamos a data e horário. E aí, a entrega é feita com todo o cuidado, em área externa, seguindo a distância segura recomendada, com uso de máscara em todos os envolvidos, e álcool gel ao alcance de todos para evitar a contaminação", explica.

A iniciativa, que começou de forma despretensiosa, cresceu, tomou forma e já ajudou que mais de 1300 gatos encontrassem lares. "A primeira vez que resgatei um gatinho de rua foi aos 9 anos de idade, depois descobri que ele tinha mais seis irmãos e levei todos para casa. Meus pais acolheram a idéia, desde que a gente conseguisse adotantes para eles, pois nós já tínhamos animais de estimação. Isso foi se tornando uma prática e crescendo naturalmente", lembra a atriz.

Jacqueline lembra que, ao resgatar os gatinhos, publicava as fotos deles nas redes sociais e os amigos compartilhavam. "Fazíamos o resgate, castrávamos e doávamos. Começou a aumentar a procura por gatinhos, aí tivemos a ideia de criar uma página separada no Facebook e no <a href="https://www.instagram.com/p/CByS8LjJjZ1/" target=_blank><u>Instagram</u></a> para que pudéssemos concentrar tudo. Escolhemos o nome e criamos em maio de 2016. Ficamos conhecidas na região, tratamos dos nossos resgatados com muito carinho e até hoje os nossos gatinhos são adotados rapidamente. É legal ver que quem já adotou com a gente, recomenda para outras pessoas. Várias vezes foi assim. Tem gente que vem de longe pra conhecer e para adotar com a gente", diz.

Jacqueline Sato conta com a parceria de outras pessoas, como a veterinária Priscila Tenuta Guedes e Eduardo Pedroso, da ONG Bicho Brother. "Se no dia a dia meu envolvimento mão na massa diminuiu por conta dos trabalhos como atriz, por outro, tenho conseguido dar mais voz à causa. A quantidade de pessoas que podiam continuar oferecendo lar temporário diminuiu e diminuiu a quantidade de pessoas que colaboravam financeiramente. Foi um momento delicado, adaptamos uma sala da casa dos meus pais que dá pra uma espécie de jardim de inverno para dar conta de abrigar mais animais", conta.

Nas redes sociais, além de publicarem as fotinhos dos gatinhos que podem ser adotados, a House of Cats mostra os animais com os seus <a href="https://www.instagram.com/p/CCkHGTupE0D/" target=_blank><u>novos tutores</u></a>."Lá não apenas postamos fotos deles quando chegam, quando estão prontos pra serem adotados, mas também depois, com seus novos donos. Mostramos como se tornou a nova vida deles, pois os donos sempre nos mandam fotos e vídeos deles na nova casa. É gostoso poder acompanhar", conclui Jacqueline Sato.

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