Alvo de pressões pela atuação do governo no combate ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 20, que a Força Aérea Brasileira (FAB) cumpriu sua missão na entrega de vacinas contra a covid-19 no que chamou de "Dia D menos um". Em evento da Aeronáutica nesta quarta-feira, Bolsonaro destacou o papel da instituição na ajuda do governo federal a Manaus), que nas últimas semanas tem vivenciado uma sobrecarga do sistema de saúde devido ao aumento de casos pela covid-19 e falta de oxigênio para atendimento de pacientes.
"A nossa Força Aérea, nessa primeira parte da entrega de vacinas no Brasil, cumpriu a sua missão no Dia D menos um. Isso é motivo de orgulho, tendo em vista o seu planejamento, a sua organização, o seu patriotismo e o sentimento de defesa dos direitos humanos, que vem da alma, vem do coração de cada militar da nossa Força Aérea", disse.
Bolsonaro fez referência a uma fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou na semana passada que a vacina seria entregue "no Dia D, na hora H". A previsão inicial do ministério era lançar a campanha nesta quarta-feira, 20, mas o processo teve que ser antecipado depois que o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), iniciou a vacinação no domingo, 17, minutos após o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial dos imunizantes.
Na segunda-feira, 18, após conversa com governadores, Pazuello anunciou o começo da distribuição das vacinas para o mesmo dia, mas em vários Estados elas chegaram com atraso. Pazuello atribuiu o ocorrido à antecipação e disse que a previsão inicial era que o processo fosse realizado em cinco dias, e não em 24 horas. Aeronaves da FAB foram usadas para o envio doses da Coronavac, vacina produzida pela farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan.
Também no evento de hoje, Bolsonaro disse que a FAB transportou "em suas asas meios, materiais e gente para socorrer os nossos irmãos" em Manaus. A crise no Amazonas, cuja falta de oxigênio para o tratamento de pacientes chegou também ao interior, aumentou a pressão sobre o governo e a gestão de Pazuello. Em resposta a críticas, Bolsonaro disse que "setores que teimam remar em sentido contrário" ao governo "perderão".