O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco afirmou em depoimento à CPI da Covid no Senado que a pasta empregou "todos os esforços" na aquisição de cilindros de oxigênio hospitalar para uso em Manaus e reforçou que "não faltou dinheiro" para a compra dos insumos. No início do ano, a falta de oxigênio envasado no Estado, diante da alta demanda e avanço acelerado da covid-19, levou à morte por asfixia diversos pacientes entubados em hospitais.
Segundo o ex-secretário, a responsabilidade para adquirir e monitorar o consumo é do Estado do Amazonas e do município de Manaus, bem como do fabricante do insumo. "Todas as demandas foram atendidas em 24h da oportunidade da demanda. Inicialmente, o ministro da Saúde recebeu uma ligação na noite do dia 7 de janeiro do secretário estadual de Saúde, onde ele solicitava apoio logístico no transporte de cilindros para Manaus", relatou Franco.
De acordo com o ex-secretário, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, só tomou conhecimento das escassez na produção e fornecimento do oxigênio três dias depois, no dia 10 de janeiro, após visita ao Estado. Franco também ressaltou a versão dada por Pazuello à CPI e reforçou que a oferta de oxigênio hospitalar já havia sido equacionada uma semana depois da primeira ligação, em 15 de janeiro.
As declarações, entretanto, foram contestadas pelo líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM) que disse serem "contraditórias" a informação sobre o estoque de oxigênio e as mortes no Amazonas. "No dia 15 de janeiro não estava equacionado o problema de oxigênio de Manaus e do Amazonas. O nosso problema de oxigênio e a curva de mortes e mais os vídeos que temos comprovam que o problema de oxigênio no Amazonas foi até o fim do mês de janeiro e início do mês de fevereiro. Essa informação é errada, é mentirosa", respondeu Braga.