Governadores voltaram a criticar o presidente Jair Bolsonaro e reagiram à nova ofensiva do chefe do Executivo contra medidas restritivas nos Estados. Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, afirmou ao <b>Estadão</b> que os decretos contestados por Bolsonaro são constitucionais. "Foram editados dentro da competência a mim estabelecida na Constituição e na lei."
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), chamou o presidente de "aliado da morte". "Essa ação contra os governadores visa aglutinar uma parcela de apoiadores de 20% através do ódio, independentemente de quantas pessoas vão morrer. Ele quer polarizar. A estratégia dele é essa, a nossa é o inverso", afirmou Costa. "Como é incapaz de gerir o País, minha sensação é de que ele quer aprofundar a crise para tentar polarizar uma parcela da sociedade. Infelizmente, ele é adepto desse tipo de retórica de baixo nível e de pouco apreço pela vida."
Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, anunciou que o Estado adotará "outras normas e restrições" a partir da próxima segunda-feira. "Infelizmente, (Bolsonaro) coloca energia em conflito, confronto e enfrentamento, quando poderia estar colocando essa energia em conseguir vacina para a população. É isso, presidente, que a população precisa. Vacina. E não confronto." Leite destacou que a lei federal que trata da covid-19 dá competência aos Estados para que, por decreto, estabeleçam o que for permitido "nesses tempos excepcionais".
<b>Carta</b>
Governadores do Nordeste se manifestaram em carta. "As medidas visam evitar colapso do sistema hospitalar e foram editadas com amparo no artigo 23 da Constituição Federal", diz nota do consórcio do Nordeste, liderado por Wellington Dias (PT), do Piauí. "Só existe uma formar de proteger a economia e os empregos: enfrentar e vencer a pandemia", afirma o documento.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>