Estadão

Bolsas de NY fecham na maioria em baixa, com inflação e Fed, e balanços

As bolsas de Nova York fecharam na maioria em baixa nesta quinta-feira, 15, em sessão com cautela no mercado, observando especialmente as perspectivas para inflação nos Estados Unidos a as potenciais reações sobre retirada de estímulos por parte do Federal Reserve (Fed), em dia que contou com depoimento do presidente da autoridade, Jerome Powell, no Senado. A aversão aos riscos teve impacto especialmente em papéis do setor de tecnologia. Além disso, a temporada de balanços seguiu impactando as ações, com mais algumas empresas publicando resultados.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,15%, em 34.987,02 pontos, o S&P 500 caiu 0,33%, a 4.360,03 pontos, e o Nasdaq recuou 0,70%, a 14.543,13 pontos.

Hoje, Powell admitiu que a inflação nos EUA está bem acima da meta da entidade, em um patamar "desconfortável". Ele, entretanto, voltou a afirmar que, caso o potencial caráter transitório da inflação se confirme, não há motivo para novas medidas. Não é o que pensa, porém, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que em entrevista defendeu que o BC dos EUA inicie o quanto antes o processo de "tapering", como é chamada a retirada gradual dos estímulos monetários, de forma a evitar um choque nos mercados.

Na avaliação da LPL Markets sobre o nível elevado das ações, o segundo ano de um mercado em alta costuma ser mais desafiador do que o primeiro, mas historicamente ainda produz ganhos. "A melhora econômica deve continuar a apoiar os ganhos do S&P 500, que teve um primeiro trimestre impressionante", projeta. Embora as percepções sobre as empresas permaneçam um tanto elevadas, "acreditamos que parecem razoáveis depois de considerar as taxas de juros ainda baixas e o potencial de crescimento dos lucros", avalia a LPL.

Entre os balanços trimestrais observados, estiveram empresas como Morgan Stanley e UnitedHealth. A gigante americana do setor de saúde registrou queda no lucro, mas sua ação avançou 1,28%. Já o banco superou as estimativas de analistas para o lucro ajustado por ação, e seus papéis subiram 0,18%. Com resultados marcados para depois do fechamento do mercado, a Alcoa teve queda de 1,71% com a expectativa.

A cautela afetou especialmente o setor de tecnologia, que observou um queda generalizada entre as big techs. Entre os destaques, o Facebook recuou 0,91%, em meio à notícia de que pagará US$ 1 bilhão a criadores de conteúdos em suas plataformas. Apple (-0,45%), Alphabet (-0,97%), que controla a Google, e Amazon (-1,37%) foram outras quedas de destaque.

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