BNP atrela crédito a respeito à Amazônia

O banco francês BNP Paribas, a maior instituição financeira da França, anunciou nesta segunda-feira, 15, que se comprometeu a fechar a torneira do crédito para companhias que criem gado ou produzam soja em áreas da região amazônica convertidas em pastos ou lavouras depois de 2008. Na esteira do anúncio, que foi bem recebido pelo mercado financeiro, as ações do BNP fecharam em alta de 2,3% na Bolsa de Paris.

Trata-se de mais uma instituição financeira que voltou seus olhos para o que está ocorrendo na Amazônia em um momento em que as políticas ambientais do governo Jair Bolsonaro sofrem severas críticas. Nos dois primeiros anos da atual administração, os alertas de desmatamento cresceram, em média, 82% em relação aos índices dos três anos anteriores.

A instituição financeira também afirmou que vai incentivar seus clientes a não comprar ou produzir soja e criar gado na área do Cerrado – vale lembrar que a atividade agrícola é o principal pilar da economia de Estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Segundo o BNP, os financiamentos só serão liberados para produtores que comprovarem uma estratégia de zero desmatamento da região até 2025. Esse item acarretou críticas ao banco. "O BNP Paribas está dando mais cinco anos para que os produtores rurais destruam as florestas impunemente", afirmou Klervi Le Guenic, da organização Canopée – Forêts vivantes.

Para analistas do setor ambiental, a movimentação do BNP Paribas é uma forma de enviar um forte sinal a companhias negociadoras de commodities no Brasil – hoje, as principais tradings de commodities no País são a Bunge, a Louis Dreyfus e a Cargill. Ainda assim, os grupos ligados à proteção do meio ambiente dizem que é necessária uma ação ainda mais restritiva.

Em um comunicado, o BNP tentou mostrar que é sensível ao tema: "as instituições financeiras expostas ao setor agropecuário no Brasil devem contribuir para a luta contra o desmatamento. E esse é o caso do BNP Paribas."

<b>Outros bancos</b>

O BNP é mais um banco europeu a exigir metas ambientais na hora de liberar recursos. O Credit Suisse e o holandês ING se comprometeram, no mês passado, a deixar de financiar a venda de óleo bruto do Equador por causa da destruição da Amazônia no País. A mudança veio depois de pressão de ativistas.

Por aqui, os três maiores bancos privados – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil – se uniram para criar um plano para desenvolvimento sustentável da Amazônia. O documento, divulgado em julho, incluía dez medidas em três frentes de atuação consideradas prioritárias para a região: conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia; investimento em infraestrutura sustentável; e garantia dos direitos básicos da população amazônica. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?