No trimestre terminado em julho de 2021, faltou trabalho para 31,699 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diante desse contingente, a taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 29,7% no trimestre até abril para 28,0% no trimestre até julho. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até julho de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 30,1%.
A população subutilizada em termos compostos caiu 4,7% ante o trimestre até abril, com 1,553 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre móvel até julho de 2020, houve um recuo de 3,6%, menos 1,194 milhão de pessoas.
Dentro do contingente para o qual faltava trabalho, havia 5,371 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em julho. O resultado significa 595 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em abril, um recuo de 10,0%. Em um ano, 426 mil pessoas a menos estavam em situação de desalento, queda de 7,3%.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
Segundo a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE Adriana Beringuy, a queda na população subutilizada como um todo foi puxada pela redução no contingente dos trabalhadores na força de trabalho potencial. Esse grupo somou 9,883 milhões no trimestre móvel encerrado em julho, tombo de 12,4% ante o trimestre móvel imediatamente anterior, ou 1,398 milhão de trabalhadores a menos. Na comparação com o trimestre móvel terminado em julho de 2020, a tombo nesse contingente foi de 29,4%, com 4,111 milhões de trabalhadores a menos nessa condição.
Beringuy lembrou que os movimentos no grupo de trabalhadores na força de trabalho potencial responderam diretamente às dinâmicas da pandemia de covid-19. Especialmente nos primeiros meses de pandemia, trabalhadores que perderam sua ocupação, formais ou informais, deixaram de procurar um novo emprego por causa das restrições ao contato social. Quando a situação se dá com trabalhadores disponíveis para trabalhar, eles entram na força de trabalho potencial.
Por outro lado, entre os grupos que formam o total da população subutilizada, o único que apresentou crescimento foi o de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas – o que indica que a recuperação do mercado de trabalho vem se dando com baixa qualidade. Esse contingente somou 7,730 milhões de pessoas no trimestre móvel até julho, alta de 7,2% ante o trimestre móvel imediatamente anterior. Na comparação com um ano antes, houve um salto de 34,0% nesse contingente, com 1,963 milhão de trabalhadores a mais nessa condição.