Estadão

Tio e ex-treinador, Toni aposta que Rafael Nadal terá boa temporada em 2022

Tio e ex-treinador do espanhol Rafael Nadal, Toni Nadal falou sobre o momento do sobrinho e se mostrou otimista por sua recuperação de uma lesão congênita no pé. Ele aposta em um bom 2022 para o tenista e ainda acredita que virão pelo menos mais duas ou três boas temporadas pela frente para o atual número 6 do ranking da ATP.

"Apesar de tudo, ele está animado e acho que vai superar tudo uma vez mais. Sou otimista e minha sensação é que 2022 pode ser uma boa temporada para ele, que ainda tem mais 2 ou 3 bons anos pela frente", disse Toni Nadal em entrevista ao podcast espanhol Tres Iguales, na qual também falou sobre a rivalidade com o suíço Roger Federer e o sérvio Novak Djokovic e a disputa para ver quem é o maior.

"Quando Rafa surgiu já se via que Roger seria um dos melhores da história e em seguida veio Novak e nos demos conta que era especial. Foi quando Rafa completou o Grand Slam com 24 anos que soube que lutaria para ser o melhor da história. Seu progresso sempre esteve condicionado pela lesão congênita no pé, que agora tem o atrapalhado muito", observou.

Toni Nadal também comentou sobre estratégias de jogo para o sobrinho enfrentar seus dois maiores oponentes. "Contra Roger tudo sempre foi mais fácil porque desde 2006 nos concentramos em começar quase todos os pontos jogando uma bola alta e forte no backhand", disse.

"Djokovic foi muito mais complexo, não sabíamos ler o jogo dele. No US Open de 2010, Rafa falou me perguntou o que fazer. Eu o instruí a jogar forte e profundamente no centro, e só mudar de direção quando ele estivesse em uma posição muito vantajosa. Mas por dentro, eu achava que tínhamos apenas que rezar, porque o cara estava sendo melhor", lembrou o espanhol.

O treinador também analisou o atual momento do circuito profissional. "Esse esporte virou um jogo de velocidade, não de estratégia. Em pouco tempo tudo acelerou muito, nos primeiros anos de carreira de Rafa você encontrava jogadores que permitiam jogar, que lutavam cada bola e pensavam, mas agora o caminho é bater forte antes do adversário", observou.

"Acho que no atual momento os jovens estão menos dispostos a pensar porque se concentram em rebater com força e têm à sua volta treinadores que são responsáveis pela estratégia", finalizou Toni, que disse ter tentado moldar Nadal para que pudesse conectar winners em qualquer contexto e elogiou a sua capacidade de melhorar, principalmente com o backhand cruzado.

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