A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,0% em janeiro ante um resultado de 4,8% obtido em dezembro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O índice interrompeu a tendência de queda iniciada em agosto de 2019. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve estabilidade na inflação esperada pelos consumidores.
"Após permanecer por dois meses consecutivos no nível mínimo da série histórica, a expectativa de inflação dos consumidores aumentou nas faixas de renda mais baixas onde a alta no preço das carnes tem maior relevância devido ao seu maior peso na cesta de consumo desses consumidores. Como parte das expectativas se baseia em inflação passada, é esperado que esse efeito se dissipe nos próximos meses", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, a parcela que projeta valores abaixo da meta de inflação atual (4,0%) diminuiu de 52,4% em dezembro para 48,4% em janeiro de 2020. Por outro lado, a proporção de consumidores estimando uma taxa dentro dos limites inferiores e superiores da meta de inflação (entre 2,5% e 5,5%) para 2020 aumentou de 63,5% para 64,7% no período.
Na análise por faixas de renda, apenas entre as famílias mais ricas, com renda mensal acima de R$ 9,6 mil, não houve variação das expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes, permanecendo em 4,0% desde setembro de 2019. Para os consumidores mais pobres, com renda até R$ 2,1 mil, a expectativa para a inflação aumentou 0,4 ponto porcentual em janeiro, para 5,8%.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.