Uma exposição que mostra como o surgimento dos ateliês de costura em 1910 na Europa, especialmente na França e no Brasil, influenciou os artistas será aberta nesta sexta-feira, 22. A mostra Arte da Moda – Histórias Criativas reúne em dois andares do Farol Santander, em São Paulo, 170 itens como um tear de 200 anos, casacos, bordados, acessórios, fotos e vídeos de coleções clássicas e contemporâneas.
Entre esses artigos, está o vestido de casamento de Tarsila do Amaral com Oswald de Andrade, que será exibido pela primeira vez ao público. A peça foi criada, em 1926, a partir do traje matrimonial da mãe do escritor, por Paul Poiret, um dos principais estilistas franceses da época e dono do legado que ajudou a definir o conceito moderno de estilista.
Esse vestido puxou todo o fio da meada para a curadora Giselle Padoin contar a evolução da moda. "Sou apaixonada pela década de 1910, porque foi um momento crucial para a cultura mundial em função da vanguarda que se reuniu em Paris, centro cultural que inclusive acolheu inúmeros intelectuais brasileiros e a Tarsila foi uma delas. Em uma viagem ela foi apresentada ao Paul Poiret que acabou se tornando seu estilista preferido", conta Padoin.
"Eu espero mostrar que até a partir de um vestido a gente pode descobrir tantas coisas interessantes sobre história da modernidade. São fascinantes as conexões que a moda faz com vários assuntos como história e comportamento, porque você pode a partir de um vestido descobrir tudo o que estava acontecendo em determinada época", afirma Giselle.
A exposição Arte da Moda – Histórias Criativas proporciona ao público uma imersão e uma viagem no tempo. Capas da revista Vogue ilustradas pela artista americana Helen Dryden levam o visitante até os anos 20.
Um pouco mais à frente na linha temporal estão outros destaques da exposição: bijuterias dos anos 1960 e 1970 assinadas por Yves Saint Laurent.
<b>Estilistas nacionais</b>
São do mesmo período, mas de produção nacional, os dez vestidos da coleção Rhodia que estão na mostra. As peças foram desenvolvidas por estilistas e artistas da época como Dener Pamplona, Alceu Penna, Ugo Castellana, Fernando Martins, Hércules Barsotti e Alfredo Volpi.
Ainda da moda brasileira, o visitante pode apreciar um corset da coleção A Costura do Invisível, apresentada pelo designer Jum Nakao na Semana de Moda de São Paulo (SPFW), em 2004.
Para retratar tempos mais atuais, vêm da capital francesa para a mostra três peças da grife Christian Dior Couture, incluindo um look completo da coleção de alta costura Cirque, desenhado por Maria Grazia Chiuri para a primavera-verão de 2019.
Falando em atualidade, a exposição também oferece ambientes interativos. Crianças e adultos podem montar looks com mini roupas inspiradas nos estilistas da mostra e bonecas feitas de material magnético. De acordo com a organização, após o manuseio todos os cuidados sanitários e de higienização serão feitos pela monitoria.
A exposição segue até 4 de abril, e estará aberta excepcionalmente no feriado de segunda-feira, no dia 25, para celebrar o aniversário da capital paulista.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>