Estadão

Blinken diz que Otan usará a força no caso de uma agressão da Rússia na Ucrânia

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou nesta sexta-feira, 7, que uma solução diplomática para a pressão militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia ainda é possível e é a primeira opção, mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está se preparando para reagir com força à qualquer agressão russa.

A declaração do chefe da diplomacia americana foi dada durante uma entrevista coletiva em Washington antes de do início da semana de negociações entre as potências ocidentais e Moscou. Blinken acusou o governo russo de estar alimentando as tensões com desinformação sobre a Ucrânia alegando que a ex-república soviética está ameaçando a Rússia e buscando provocar um conflito.

Ainda nesta sexta-feira, mais cedo, o secretário geral da Otan, Jens Stoltenberg, considerou que o envio e concentração de militares russos na fronteira com a Ucrânia representa um risco real de conflito e a aliança deve se preparar para o fracasso dos esforços diplomáticos.

"As ações agressivas da Rússia prejudicam seriamente a segurança na Europa", advertiu Stoltenberg após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da organização. Ao mesmo tempo, Stoltenberg chamou a decisão de Moscou de participar de uma reunião do conselho da Otan-Rússia na quinta-feira de um sinal positivo.

Na segunda-feira, 3, a questão ucraniana vai estar no centro das discussões entre a Rússia e os EUA. A este respeito, o chefe da Otan alertou que "não haverá discussão sobre a segurança europeia sem europeus na mesa de negociações". Blinken já havia defendido que as negociações sobre a Ucrânia deveriam ter a participação do país.

Washington e seus aliados acusam a Rússia de preparar uma invasão depois de reunir cerca de 100 mil soldados perto da fronteira com a Ucrânia, uma ex-república soviética.

Os países ocidentais estão tentando dissuadir Moscou de lançar um ataque contra seu vizinho, que desde 2014 luta contra separatistas pró-russos em duas regiões na fronteira leste. O conflito eclodiu após a anexação da Crimeia pela Rússia e deixou mais de 13 mil mortos.

Stoltenberg alertou a Rússia sobre qualquer ação intempestiva contra a Ucrânia. "Se a Rússia decidir usar meios militares contra seu vizinho, estará sujeita a severas sanções econômicas e políticas", declarou.

No entanto, reiterou que a Otan não interviria militarmente, uma vez que a Ucrânia não é um de seus membros. Mesmo assim, a organização transatlântica se prepara para reforçar sua presença militar no flanco oriental. "Temos capacidades significativas", disse Stoltenberg, lembrando que a aliança tem uma força de reação rápida de cerca de 40 mil soldados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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