"Meu desespero foi grande. Não sabia se falava com o coordenador da escola ou com minha mãe", conta a estudante Anna Júlia de Lima Cabral sobre a pane nos sistemas do Google momentos antes de fazer uma prova online no Google Forms. Ela preferiu o caminho da coordenação, mas muitos outros alunos, todos em ensino à distância por conta da pandemia, recorreram aos pais.
"Começamos a receber ligações de pais tentando entender por que seus filhos não conseguiam se conectar", explica Sueli Cain, diretora geral da escola Mater Dei em São Paulo. Antes do isolamento social, o colégio já tinha sua plataforma de ensino integrada à do Google. Foram afetados 241 alunos entre 5 e 17 anos: 61 deles (entre 11 e 17 anos) estavam iniciando a segunda semana de atividades de recuperação. Os outros 180 (de 5 a 10 anos) estavam em aula.
"Enviamos uma mensagem aos pais pelo app interno do colégio e retomamos as atividades às 9h55", explica ela.
No número mais recente divulgado, o Gmail tinha 1,5 bilhão de contas, o que tem efeito claro também no mundo corporativo. Sem conseguir fazer reuniões e enviar e-mails, muitas direcionaram os esforços para serviços parecidos. Até o Google sentiu na pele.
O <b>Estadão</b> apurou que os funcionários da empresa no Brasil tiveram de recorrer ao WhatsApp, que pertence ao Facebook, para trabalhar.
A situação se repetiu em outras empresas. "Minhas reuniões da manhã só foram retomadas às 11h", explica a designer Aline Arielo, 35, que trabalha em uma empresa de desenvolvimento de sistemas em Campinas (SP).
Até grandes executivos foram afetados. Marcelo Bacci, CFO da Suzano, falaria ao vivo no YouTube na manhã de ontem sobre os rumos da empresa, mas o encontro teve de ser adiado.
Fora do Brasil, há relatos ainda mais bizarros. Usuários que têm automações residenciais usando a plataforma do Google acabaram sem luz. Lâmpadas inteligentes deixaram de acender. /
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>