O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça, 15, que o nome que vai representar o bloco de partidos que o apoiam para sucedê-lo na Casa deve ser escolhido até sexta-feira, 18. Ele afirmou ainda que a construção do diálogo com diferentes campos ideológicos leva tempo e que não há pressa nessa decisão.
"A eleição é em fevereiro, não é isso? Como eu disse, não é ruim o presidente estar falando sozinho nesse momento sobre Câmara dos Deputados. Tem nos ajudado um pouco na demonstração do campo em que estamos e o que nós precisamos construir para o futuro da nossa democracia", disse Maia em entrevista coletiva.
Como o <b>Broadcast Político</b> mostrou mais cedo, a escolha do nome que vai disputar a eleição da Câmara pelo grupo liderado por Maia foi mais uma vez adiada. O bloco de seis partidos (PSL, DEM, MDB, PSDB, Cidadania e PV) aguarda posição das legendas de oposição. O principal adversário já está definido: o deputado Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo Palácio do Planalto.
Maia confirmou que o grupo está entre dois nomes, o de Baleia Rossi (MDB-SP) e o de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Maia foi questionado sobre as chances de Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos e que deixou o grupo. "Eu não descarto ninguém, mas hoje dentro do bloco existem esses dois nomes. Nossa decisão foi sempre discutir baseado em nomes que estão dentro do nosso bloco. Desde a semana passada, continuamos conversando com todos. É claro se Marcos Pereira quiser dialogar, estamos abertos", disse.
Para Maia, a construção de uma candidatura com outros campos políticos sempre gera necessidade de mais diálogo. "Nós não temos pressa em fechar um nome, se esse atraso representar a possibilidade de atrairmos mais partidos, mais apoio na construção de um campo de defesa da Câmara livre e do fortalecimento da instituição Câmara dos Deputados. Então, esse atraso não me incomoda", disse.
Maia disse que decisões, quando são coletivas, e não impostas são fruto de "uma construção através do diálogo". "Estou muito confiante de que a Câmara no dia 2 de fevereiro continuará independente, livre de qualquer interferência de outra instituição e principalmente, livre de uma agenda atrasada, retrógrada, que não vai levar o Brasil a lugar nenhum", afirmou.
Em um ataque indireto ao deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara, apoiado pelo governo, Maia afirmou que o governo federal não pode transformar a Câmara no seu "puxadinho".
"Não vamos abrir mão de jeito nenhum da independência nem de impor limites a um governo que quer atropelar e impor sua posição para a sociedade brasileira e o parlamento. Veja aí o caso da vacina, que cada dia é uma novidade e uma perplexidade maior da sociedade com esse governo", disse.