A confiabilidade dos exames antidoping realizados no esporte foi colocada em dúvida pelo ex-nadador americano Michael Phelps, maior campeão olímpico da história. Em entrevista à rede de TV americana CNN, ele disse que não acredita 100% nos testes para detecção de substâncias proibidas. Perguntado, em uma escala de 0 a 10, o quanto os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que serão realizados no ano que vem, são limpos com relação ao doping, não titubeou e disse: "Quatro ou cinco".
"Posso dizer honestamente que, ao longo de toda a minha carreira, não sei se alguma vez competi em um campo limpo totalmente. E eu não acho que tenha mudado alguma coisa atualmente. Acho que há muitos problemas por aí e o fato de não estarmos todos limpos é decisivo", disse Phelps.
Ganhador de 23 medalhas de ouro, conquistadas entre os Jogos de Atenas-2004, na Grécia, e do Rio-2016, no Brasil, Phelps afirmou que nunca sentiu que o ambiente das provas de natação em Olimpíadas estava totalmente limpo de atletas dopados. O ex-nadador também comentou que, quando competia, era submetido a dezenas de testes anuais, muitos deles surpresas. Só antes da Olimpíada do Rio de Janeiro foram 13.
"Se todos nós fôssemos testados assim, ótimo. Mas não é o que acontece. Até que estejamos todos no mesmo nível de testes, nada vai mudar", completou Phelps.
Os Jogos de Londres-2012, na Inglaterra, são descritos como o mais "sujo" da história olímpica com mais de 130 atletas banidos ou suspensos por terem sido flagrados em exames antidoping. São 68 esportistas que foram pegos pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) através de um programa de reanálise dos testes que continua verificando exames de Olimpíadas passadas.