A junta militar que deu um golpe de Estado em Mianmar no início do mês, anunciou neste sábado (13) que emitiu mandados de prisão para sete ativistas dos protestos contra o regime. Eles são procurados sob abrigo do Artigo 505 (b) do Código Penal local, que criminaliza discursos que podem incitar o pânico ou alarme público.
Entre os procurados está Min Ko Naing, um dos líderes estudantis envolvidos em um levante fracassado de 1988 contra a ditadura militar em Mianmar. Min Ko Naing e vários colegas emitiram um comunicado pedindo a continuidade dos protestos. Ele passou quase duas décadas preso por causa de suas atividades políticas e passou a se esconder no dia do golpe deste ano, mas teria sido visto na semana passada em um protesto em Yangon.
As autoridades no poder aumentaram as prisões de políticos e ativistas e em áreas fora de Yangon que se tornaram mais agressivas, na tentativa de conter os protestos. Entre os detidos estão líderes políticos, autoridades do governo, funcionários públicos, ativistas e líderes estudantis.
De acordo com a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos, pelo menos 326 pessoas foram detidas desde o golpe, das quais 303 permanecem sob custódia.
Nas últimas três noites, houve muitos relatos de invasões a residências durante um toque de recolher, no qual forças de segurança tentavam apreender pessoas em suas casas. Em vários casos, vizinhos e outras pessoas correram para o local em tal número que as forças de segurança desistiram de levar seus alvos. Vídeos de tais ataques foram amplamente postados nas redes sociais.
"Os membros da família ficam sem saber das acusações, localização ou condição de seus entes queridos", disse em comunicado a associação de assistência a prisioneiros. "Estes não são incidentes isolados e as incursões noturnas têm como alvo vozes dissidentes. Isso está acontecendo em todo o país." Fonte: Associated Press.