Diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa destacou que Chile, Brasil, Peru e Argentina "estão em momento de aumento da transmissão" do novo coronavírus. Durante entrevista coletiva da entidade, ele mencionou o caso específico do Chile, lembrando que o país mantém tendência de alta nos casos nas últimas "três ou quatro semanas", o que levou autoridades locais a reforçar o distanciamento social para conter a disseminação.
Também presente na coletiva virtual, Sylvain Aldighieri, gerente para Incidentes da Opas, disse que a entidade também está atenta à chegada da temporada de gripes na região. Ele ressaltou que a maior presença de vírus respiratórios pode pressionar mais os sistemas de saúde. Além disso, mencionou que pessoas já debilitadas pelo influenza podem desenvolver quadros mais graves, caso contraiam também a covid-19.
Diretor de Emergências de Saúde da Opas, Ciro Ugarte pediu que os países adotem reabertura "de maneira gradual, progressiva". Além disso, comentou especificamente o quadro na Venezuela, dizendo que a situação do país na pandemia "continua a ser preocupante".
<b>Centralização da gestão de leitos de UTI</b>
Gerente de Vigilância à Saúde e Controle e Prevenção de Enfermidades da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Marcos Espinal disse que a entidade recomenda que se centralize a gestão de todos os leitos de UTI disponíveis em cada país. Durante entrevista coletiva, Espinal argumentou que a gestão desse recurso "precisa estar muito bem coordenada", por isso é melhor a centralização.
Espinal também disse que a entidade tem insistido que as nações precisam manter o pacote de medidas na luta contra a disseminação do novos coronavírus. Ele lembrou que cada país é soberano para decidir quando reabrir suas economias, mas disse que é preciso reforçar essas medidas nesse processo. "A pandemia ainda não passou, ela está em seu pico na América Latina", advertiu.
Diretora da Opas, Carissa Etienne foi questionada sobre a relação da entidade com os Estados Unidos. Ela lembrou que esse laço é longínquo e ocorre em várias frentes, não apenas na pandemia. Além disso, garantiu que a entidade está disposta a responder a "qualquer preocupação dos EUA para fortalecer a Opas", num momento de críticas do presidente americano, Donald Trump, à Organização Mundial de Saúde (OMS), que anunciou a retirada do país desta entidade por suposto favorecimento à China na crise de saúde. A Opas é o braço regional da OMS.