O dólar opera em baixa nesta terça-feira em meio ao apetite por ativos de risco global, que impulsiona o petróleo e as bolsas internacionais, enquanto a moeda americana recua ante divisas emergentes ligadas a commodities. Relatos de que o governo Trump estuda um plano de US$ 1 trilhão para infraestrutura dá fôlego aos mercados, que continuam ecoando positivamente o anúncio de novas medidas de estímulo pelo Federal Reserve (Fed).
Também as quedas históricas nas vendas no varejo brasileiro em abril ante março corroboram as apostas majoritárias de corte mais agressivo, de 0,75 ponto, da taxa Selic/, para 2,25% ao ano, no encontro do Copom, que começa hoje e termina na quarta-feira.
As vendas do comércio varejista caíram 16,8% em abril ante março, na série com ajuste sazonal do IBGE, superando a mediana negativa de 11,5% das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast (intervalo de -28,0% a -6,09%). Ante abril de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 16,8% em abril de 2020. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 23,9% a 3,6%, com mediana negativa de 13%. As vendas do varejo restrito acumularam recuo de 3% no ano e alta de 0,7% em 12 meses. Já no varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 17,5% em abril ante março, na série com ajuste sazonal. Neste caso, a queda foi menor que a mediana das estimativas (-20,4%), e ficou dentro do intervalo de -41% a -9,04%. Já no ano, as vendas no varejo ampliado acumularam queda de 6,9% e, em 12 meses, aumento de 0,8%.
Às 9h18 desta terça, o dólar no mercado à vista caía 0,96%, a R$ 5,0930. O dólar futuro para julho recuava 1,28%, a R$ 5,0965.
Mais cedo, o IGP-10 mostrou forte aceleração em junho, de 1,55%, ante 0,07% em maio, superando a mediana de 1,49%, mas dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast (de 1,03% a 2,04%).
O dado, no entanto, está em segundo plano. Os preços no atacado medidos pelo IPA-10 foram os que mais subiram, com alta de 2,35% no mês, ante uma elevação de 0,25% em maio. Já o IPC-S teve deflação de 0,13% na segunda quadrissemana de junho, de -0,36% na divulgação anterior.