As bolsas da Europa fecharam em queda nesta quinta-feira, 21, após o Banco Central Europeu (BCE) sinalizar a contínua deterioração das perspectivas econômicas em meio ao avanço do coronavírus pelo continente.
Apesar disso, o índice pan-europeu Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, encerrou em leve alta de 0,01%, a 410,89 pontos.
Conforme esperado pelo mercado, o BCE não fez alterações nos principais pilares da política monetária acomodatícia, mas indicou que os riscos para a economia apontam para o negativo. Em coletiva de imprensa após o anúncio, a presidente da instituição, Christine Lagarde, disse que acredita que a ressurgência dos casos de covid-19 e atrasos no processo de vacinação devem continuar pesando sobre a atividade no primeiro trimestre de 2021.
"No médio prazo, a recuperação da economia da zona do euro deverá ser apoiada por condições de financiamento favoráveis, uma orientação orçamentária expansionista e uma recuperação da demanda, à medida em que as restrições são retiradas e a incerteza diminui", afirmou.
A Capital Economics avalia, em relatório, que o BCE não deve ajustar os instrumentos no primeiro trimestre deste ano. "Mesmo que alguns dos riscos negativos se materializem, as implicações na política serão limitadas", pontuou.
Os comentários de Lagarde espalharam cautela pelos mercados europeus.
O índice DAX, de Frankfurt, caiu 0,11%, a 13.906,67 pontos, enquanto o FTSE 100, de Londres, cedeu 0,37%, a 6.715,42 pontos, na mínima do dia.
Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,98%,a 22.428,93 pontos, de olho na crise política enfrentada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.
Em Paris, a ação da AirFrance-KLM se desvalorizou 3,15%, depois que o braço da KLM anunciou que cortará mais de mil empregos por conta das dificuldades impostas pela pandemia. Com isso, o índice CAC 40, referência no mercado francês, recuou 0,67%, a 5.590,79 pontos
Em Lisboa, o PSI 20 perdeu 0,28%, a 5.055,77 pontos, enquanto o Ibex 35, de Madri, baixou 1,00%, a 8.122,10 pontos.