Ao menos 17 pessoas morreram no bombardeio que atingiu a região ucraniana de Zaporizhzia, neste domingo, 9. A cidade abriga a maior usina nuclear da Europa, que atualmente está sob controle russo. O ataque com mísseis ocorre logo após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, repassar o comando de suas tropas para o general Sergei Surovikin, após série de derrotas.
A mudança no comando foi anunciada, no sábado, 8, depois que um ataque com um carro-bomba atribuído ao serviço secreto ucraniano destruiu a única ponte entre a Península da Crimeia e a Rússia, usada pelas Forças Armadas russas para reabastecer as tropas em combate no sul da Ucrânia.
Conhecido pela fama de impiedoso e pela brutalidade de suas operações militares, o novo comandante é alvo de sanções ocidentais e de acusações de violações de direitos humanos.
O prefeito interino de Zaporizhzia, Anatoly Kurtev, atribuiu o bombardeio deste domingo na Ucrânia às forças russas. "Zaporizhzia foi mais uma vez o alvo de um lançamento maciço de mísseis. Prédios residenciais foram danificados como resultado do ataque inimigo. Houve um incêndio", escreveu.
As autoridades ucranianas acrescentaram que, de acordo com dados preliminares, além das 17 mortes, cerca de 49 pessoas foram hospitalizadas, incluindo seis crianças.
Ao menos 12 mísseis foram usados no ataque e a maioria atingiu prédios residenciais e casas particulares. Um prédio de nove andares ficou parcialmente destruído e 20 carros danificados.
Zaporizhzia ainda se recuperava de um ataque com mísseis que ocorreu na quinta-feira passada, no qual 19 pessoas foram mortas, segundo o último balanço das autoridades. Na ocasião, os russos utilizaram mísseis S-300, que atingiram o centro da cidade. Apesar desse recente episódio, a Rússia acumula sucessivas derrotas no sul e no leste da Ucrânia.
Nas últimas semanas, uma contra-ofensiva ucraniana nas províncias de Kharkiv, Donetsk e Kherson obrigou os russos a bater em retirada e recuperou cidades estratégicas como Liman, no nordeste do país. No sábado, parte da ponte no Estreito de Kerch, entre a Rússia e a Península da Crimeia, colapsou após a explosão de um carro-bomba. O ataque com mísseis deste domingo na Ucrânia ocorre, portanto, em meio à tentativa da Rússia de compensar as últimas perdas. <i>(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)</i>