Pelo menos cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas em um ataque a tiros em uma boate gay na cidade americana de Colorado Springs, nos Estados Unidos. O atirador de 22 anos foi contido pelos próprios clientes da boate e preso pela polícia, disseram as autoridades no domingo. O ataque ocorreu quando as pessoas celebravam o Dia da Lembrança Transgênero, realizado anualmente em 20 de novembro para homenagear pessoas trans mortas em ataques violentos. Polícia investiga se foi crime de ódio.
"É com muita dor que devo dizer que tivemos um tiroteio em um clube local esta noite", disse a porta-voz do Departamento de Polícia de Colorado Springs, Pamela Castro. "Temos 18 feridos e cinco mortos. Esse número pode mudar com o andamento das investigações. O FBI já está no local prestando assistência", explicou. Castro informou que a polícia recebeu uma ligação de emergência pouco antes da meia-noite de sábado, 19, informando que houve um tiroteio ativo no Club Q.
A polícia identificou o atirador como Anderson Lee Aldrich, que está sob custódia e sendo tratado por ferimentos. Um homem com o mesmo nome e idade foi preso em 2021 depois que sua mãe relatou que ele a ameaçou com "uma bomba caseira, várias armas e munições", segundo as autoridades. A polícia não confirmou se era a mesma pessoa, dizendo que estava investigando se o suspeito já havia sido preso antes.
"Pelo menos duas pessoas heroicas" confrontaram o atirador e interromperam o ataque, disse Vasquez, acrescentando: "Temos uma grande dívida de agradecimento com eles".
O procurador-geral americano Merrick Garland foi informado sobre o tiroteio, disse o porta-voz do Departamento de Justiça, Anthony Coley. O FBI disse que estava ajudando, mas informou que o departamento de polícia estava liderando a investigação.
O ataque é o mais recente de uma longa história de ataques contra a comunidade LGBT+ nos Estados Unidos. O mais mortal deles ocorreu em Orlando em 2016, quando um atirador abriu fogo dentro da boate Pulse, matando 49 pessoas e ferindo mais de 50.
<b>Motivação</b>
Embora o motivo ainda não estivesse claro, nem as identidades das vítimas, o incidente ocorreu quando a retórica contra gays se intensificou por extremistas. Em um comunicado, o Club Q classificou o tiroteio como um ataque de ódio.
Os proprietários publicaram no Facebook que "estão devastados pelo ataque sem sentido à nossa comunidade". "Agradecemos as rápidas reações dos heroicos clientes que subjugaram o atirador e puseram fim a este ataque odioso", acrescentaram. O clube já havia anunciado um evento LGBT+ a partir das 20h de sábado. "Celebramos o Dia da Memória Transgênero com uma variedade de identidades e estilos de gênero", dizia o post.
O episódio é o sexto ataque a tiros em massa neste mês e ocorre em um ano em que o país foi abalado pela morte de 21 pessoas em um ataque em escola em Uvalde, Texas.
O governador do Colorado, Jared Polis, que se tornou o primeiro homem abertamente gay nos Estados Unidos a ser eleito governador em 2018, disse que a notícia era "doentia".
"Meu coração se parte pela família e amigos daqueles mortos, feridos e traumatizados neste terrível tiroteio. Falei com o prefeito (John) Suthers e esclareci que todos os recursos do Estado estão disponíveis para a aplicação da lei local em Colorado Springs", disse Polis. "O Colorado está com nossa comunidade LGTB+ e todos os afetados por esta tragédia enquanto lamentamos."
O evento ocorreu durante a Semana de Conscientização Transgênero e horas antes do Dia Internacional da Memória Transgênero, neste domingo, quando eventos em todo o mundo são realizados para lamentar e lembrar as pessoas trans perdidas para a violência.
O Club Q é uma boate gay e lésbica que apresenta um "Drag Diva Drag Show" aos sábados, de acordo com seu site. Além do show de drag, a página do Club Q no Facebook disse que o entretenimento planejado incluía um "show punk e alternativo" antes de uma festa dançante de aniversário, com um "brunch para todas as idades" no domingo.
A violência armada é um grande problema nos Estados Unidos, onde houve mais de 600 ataques até agora este ano, de acordo com o site Gun Violence Archive (Arquivo de Violência Armada, tradução livre). Esses eventos estão constantemente reacendendo o debate sobre o controle de armas, um tema quente no país, mas pouco progresso foi feito no Congresso nas chamadas de reforma. (Com agências internacionais)