A <i>Coleção Vaga-Lume</i>, que revolucionou a literatura juvenil no Brasil a partir da década de 1970 e formou algumas gerações de leitores, está ganhando um novo livro depois de 13 anos sem publicar nada novo. <i>Ponha-se no Seu Lugar</i>, de Ana Pacheco, é uma releitura do conto clássico <i>O Nariz, de Nikolai Gógol</i>, de 1836. A obra conta com projeto gráfico do ilustrador Bernardo França.
No lançamento, na tarde desta quarta-feira, 28, a Somos Educação, que comprou a Ática e em 2015 extinguiu o departamento editorial do selo logo após o anúncio da modernização da emblemática coleção e depois de ter relançado dez títulos com novo projeto gráfico, promove um bate-papo sobre o novo livro e a <i>Vaga-Lume</i> (as inscrições devem ser feitas aqui). Participam, a partir das 17h, Jiro Takahashi, o editor por trás da criação da <i>Coleção Vaga-Lume</i>, a escritora Ana Pacheco e o escritor Luiz Puntel.
Puntel, um dos best-sellers da série, é autor de <i>Meninos Sem Pátria</i>, livro de 1981 que voltou ao debate em 2018, quando já estava em sua 23ª edição, após pais de uma escola do Rio pedirem sua retirada da lista de leitura. O livro tem como pano de fundo a ditadura militar e fala sobre uma família que precisa deixar o Brasil depois que a redação do jornal em que o pai trabalha é invadida. A obra retrata, sobretudo, e com base na visão das crianças, a aventura de viver a infância e a adolescência longe de casa.
<i>Ponha-se no Seu Lugar</i> conta a história de Lucas, um menino que perde o seu nariz – ele foi jogado no lixo por seu inimigo. O nariz, no entanto, ganha vida própria e passa a fazer sucesso entre os jovens do colégio, conquistando até Florinha, a paixão de Lucas. O rapaz começa então sua aventura de reconquistar seu nariz e colocá-lo em seu lugar.
A <i>Coleção Vaga-Lume</i> surgiu num momento em que as crianças eram apresentadas à literatura por meio dos clássicos. Na reforma educacional de 1971, quando o ensino obrigatório se estendeu até a 8ª série, o número de alunos aumentou. Além disso, foi incluída na Lei de Diretrizes e Bases uma cláusula que recomendava a preferência pela adoção de obras nacionais.
Ao longo de sua história, a coleção lançou obras como <i>A Ilha Perdida</i>, de Maria José Dupré; <i>O Escaravelho do Diabo</i>, de Lúcia Machado de Almeida, que virou filme; e <i>A Turma da Rua Quinze</i>, de Marçal Aquino. A coleção chegou a ter cerca de 100 títulos e reuniu, ainda, títulos de autores como Marcos Rey e Orígenes Lessa. As tiragens, no seu auge, eram de cerca de 80 mil exemplares – esgotados em cerca de um ano.
<b>Os maiores sucessos da coleção:</b>
– <i>A Ilha Perdida</i>, de Maria José Dupré
– <i>O Escaravelho do Diabo</i>, de Lúcia Machado de Almeida
– <i>A Turma da Rua Quinze</i>, de Marçal Aquino
– <i>Meninos Sem Pátria</i>, de Luiz Puntel
– <i>Tráfico de Anjos</i>, de Luiz Puntel
– <i>O Caso da Borboleta Atíria</i>, de Lúcia Machado de Almeida
– <i>Deu a Louca no Tempo</i>, de Marcelo Duarte
– <i>Açúcar Amargo</i>, de Luiz Puntel
– <i>A Guerra do Lanche</i>, de Lourenço Cazarré
– <i>Menino de Asas,</i> de Homero Homem