Dólar sobe com cautela no exterior e sobre auxílio emergencial

O dólar volta a subir nesta sexta-feira, 12, ante o real, acompanhando a valorização no exterior em meio a indefinições do pacote fiscal dos EUA e, aqui, das fontes de recursos para bancar o novo auxílio emergencial, que pode começar a ser pago em março. O salto de 2,97% do IGP-10 de fevereiro, mais que o dobro da alta de 1,33% em janeiro, ficou ainda no teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo <i>Projeções Broadcast</i>, que esperavam uma alta entre 1,97% e 2,97%, com mediana positiva de 1,22%. Já a queda de 4,05% do IBC-BR em 2020 veio menor que o teto das projeções (-4,50% a -4,10%).

Investidores monitoram as discussões entre governo e Congresso, que devem se arrastar durante o feriado de carnaval. Além disso, após o fraco IPCA de janeiro, o IGP-10 de fevereiro confirma a aceleração da inflação, que está no radar do Banco Central, uma vez que os índices de preços vem subindo sem contrapartida de crescimento da atividade econômica.

O ministro Paulo Guedes disse que o Brasil não comporta o risco de estender o auxílio emergencial sem uma contrapartida. Ele cobrou a aprovação da reforma tributária ainda este ano e voltou a afirmar que a reforma mais importante, depois da Previdência, é o Pacto Federativo. A percepção no mercado é de que os valores e a periodicidade de pagamento são maiores que o esperado, e há dúvidas sobre o sucesso da articulação política do governo para o acordo de contrapartidas para cortes de gastos.

No exterior, o índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, opera em alta, ampliando leves ganhos de ontem depois de se desvalorizar por quatro sessões consecutivas.

O dólar sobe majoritariamente também frente a divisas emergentes e ligadas a commodities. Os investidores aguardam novidades sobre as negociações do presidente Joe Biden para garantir a aprovação de um novo pacote fiscal. Desdobramentos da covid-19 e da vacinação contra a doença também continuam no radar. Na agenda de indicadores está prevista apenas uma pesquisa sobre confiança do consumidor dos EUA.

Às 9h21 desta sexta, o dólar à vista subia 0,21%, a R$ 5,3996. O dólar para março ganhava 0,61%, a R$ 5,4015.

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