Estadão

Haddad: Brasil está em curva descendente e desafio da Fazenda é reverter quadro

Após a divulgação da retração de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre do ano passado e da desaceleração do ritmo de crescimento da economia de 5,0% em 2021 para 2,9% em 2022, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 2, que o resultado mais fraco sugere arrefecimento da atividade para este ano.

"A razão evidente é que houve uma reação do Banco Central às atitudes do governo anterior no período eleitoral, que ensejou o aumento da taxa de juros e que explica essa desaceleração. Tudo que nós estamos fazendo agora é para reverter esse quadro para que o Brasil possa retomar uma curva ascendente de crescimento do PIB. Nós estamos em uma curva descendente agora", afirmou Haddad, ao chegar à sede da pasta.

O ministro disse que o governo não trabalha com perspectiva de recessão, mas ponderou que a manutenção da Selic em 13,75% ao ano enseja uma desaceleração da economia.

"As medidas que estamos tomando vêm justamente ao encontro do desejo do BC em reduzir as taxas de juros para que a economia não sofra os efeitos da política monetária", repetiu o ministro da Fazenda.

Questionado sobre os ataques da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, Haddad respondeu que respeita o posicionamento do partido, mas lembrou que a Fazenda se manifesta "de maneira institucional" em relação à autoridade monetária. "Todo mundo conhece minhas opiniões sobre política fiscal e monetária. A cada entrevista reitero meu posicionamento. Há uma grande oportunidade neste ano de reverter esse quadro de desaceleração sem prejudicar a população de baixa renda", completou.

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