Exterior indefinido pesa na B3, que ainda acompanha desenrolar fiscal

Instabilidade misturada com cautela direciona os negócios na B3 nesta quarta-feira, 19, enquanto investidores esperam a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), à tarde, e acompanham os desdobramentos sobre o fiscal no Brasil. As bolsas europeias e as de Nova York operam sem direção, enquanto o Ibovespa – depois de volatilidade – tenta firmar queda.

Já o petróleo cai em torno de 1%, à espera de dados oficiais do setor nos EUA. Ontem, indicadores mostraram alta nos estoques, por causa da demanda fraca, no momento em que as economias tentam se aprumar após o choque da pandemia do novo coronavírus. Por isso, o mercado continua cauteloso, esperando novidades a respeito do pacote fiscal nos EUA, além de ficar de olho no clima hostil entre o país e a China.

A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse ontem que os democratas estão dispostos a cortar pela metade o valor do projeto do novo pacote de ajuda ao país, como forma de conseguir um acordo com os republicanos.

Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, os mercados podem ter um dia mais neutro. "Cenário de neutralidade total, aparentemente mais calmo internamente, e à espera de estímulos americanos", diz.

Ao mesmo tempo, o investidor acompanha a novela sobre as contas públicas do País. Apesar do alívio retratado ontem nos ativos domésticos, o temor fiscal continua presente, a alguns dias de o governo apresentar o Orçamento de 2021.

"A grande questão é saber como o ministro Paulo Guedes Economia arrumará dinheiro para obras almejadas por Jair Bolsonaro. Como será a discussão sobre o Orçamento", diz um operador, acrescentando que isso pode gerar de novo cautela aos negócios.

Depois de criticar a proposta de Orçamento do governo e dizer que espera uma posição oficial do Planalto sobre a tentativa de se prorrogar o pagamento do auxílio emergencial e também da criação de um programa de renda básica, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve se reunir em café da manhã com o presidente Jair Bolsonaro, informa o jornal O Globo.

Ontem, Maia contestou a possibilidade de a verba para o Ministério da Defesa superar a destinada para a Educação em 2021. Também considerou "absurdo" o aumento dos planos de saúde e ainda tem reclamado das altas taxas de juros do cheque especial e cartão de crédito.

O assunto possivelmente será abordado durante almoço entre Maia, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nesta quarta-feira.

Em tempo: o minério de ferro fechou em alta de 0,40% no porto chinês de Qingdao, a US$ 129,09 a tonelada.

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