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Confiança da indústria cai 1,6 ponto em maio a 92,9 pontos, após alta de 0,1 em abril, diz FGV

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,6 ponto em maio, após avanço de 0,1 ponto em abril, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador atingiu 92,9 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) contraiu 0,6 ponto porcentual nesta leitura, a 80,1%.

O economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini avalia que a desaceleração da confiança da indústria foi influenciada tanto pela percepção de piora da situação atual quanto pelas perspectivas pessimistas em relação aos próximos meses.

"A queda foi difusa entre os segmentos pesquisados, porém mais intensa nas categorias de uso de bens de consumo duráveis e não duráveis, que observam piora da demanda elevando o nível dos estoques. O cenário desafiador atual, com enfraquecimento na demanda, taxa de juros elevada e inflação geram maior cautela nos empresários que projetam redução na produção e uma tendência negativa para os negócios nos próximos seis meses parecida com o observada no período da pandemia em 2020", afirma Pacini.

Nesta leitura houve queda da confiança de 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE) recuaram 1,7 ponto cada, atingindo 91,8 pontos e 94,0 pontos, respectivamente.

Nos componentes do ISA, a percepção dos empresários em relação ao nível de demanda foi a que mais influenciou negativamente o resultado do índice, com queda de 2,5 pontos, para 92,4 pontos, de acordo com a FGV. O indicador que mede o nível de estoques também piorou, ao subir 1,6 ponto para 106,6 pontos, se mantendo acima do nível neutro desde setembro de 2022. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).

O indicador que mede a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios cedeu 0,5 ponto para 90,6, o menor nível registrado desde novembro de 2022, apurou a FGV.

Em relação às perspectivas futuras, os empresários se mantiveram pessimistas pelo segundo mês consecutivo, de acordo com a sondagem. O indicador que mede a produção prevista para os próximos três meses recuou 4,1 pontos, para 96,6 pontos. No horizonte de seis meses houve piora da tendência dos negócios, com queda de 2,6 pontos no indicador, que atingiu 87,6 pontos. É o menor nível desde julho de 2020, período em que a economia sofria fortes efeitos do lockdown durante a pandemia de covid-19.

Em contrapartida, o emprego previsto avançou 1,6 ponto nesta leitura, a 98,1 pontos.

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