O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), exaltou o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reiterou que busca o apoio dele para as eleições de 2024, e afirmou que "não é juiz" e "não é polícia" para fazer ações ou análises sobre o caso das joias sauditas que teriam sido desviadas do acervo presidencial. Em coletiva nesta quarta-feira, 23, após participar de um evento da Fenabrave na capital paulista, Ricardo Nunes afirmou que as conversas com o PL, partido do ex-presidente, estão avançadas, mas rechaçou que já esteja certo que a legenda ficará com a vaga de vice na disputa do ano que vem.
"Eu sou prefeito, estou prefeitando , né? Eu não sou juiz, ministro do STF, do STJ, eu não sou polícia, eu não sou quem tem que fazer essas ações e responder (sobre o escândalo das joias sauditas)… É ele (Bolsonaro), o advogado dele. Eu sou prefeito, estou prefeitando e vou continuar fazendo o meu trabalho", afirmou Ricardo Nunes ao ser questionado se as investigações contra o ex-presidente não tornam a aproximação com Bolsonaro delicada para ele do ponto de vista eleitoral.
Na entrevista, Ricardo Nunes afirmou que está aguardando Bolsonaro decidir se vai apoiá-lo, mas reiterou que deseja que isso aconteça. Ao tratar disso, ele exaltou a relação do ex-presidente com a cidade de São Paulo.
"Eu desejo o apoio do presidente Bolsonaro. E do governador Tarcísio, do PP, do PL. Eu não sou aqui de ficar trabalhando em tese com futurologia e tem que ter mais pé no chão. E eu agradeço muito ao presidente Bolsonaro pelo pelo que ele fez pra cidade de São Paulo", disse, completando: "Eu tirei uma dívida da cidade de R$ 24 bilhões, eu pagava R$ 280 milhões por mês de dívida do governo federal, num diálogo entre a Procuradoria-Geral do Município e a Advocacia-Geral da União, com os técnicos da Fazenda do governo federal e municipal. Nós acertamos uma questão da cidade fundamental e foi bom pro governo federal acertar a questão da ação judicial do Campo de Marte, que era desde 1956, se não me engano, a gente resolveu a nossa dívida. O presidente Bolsonaro. Muitos prefeitos tentaram isso, ninguém fez, então eu tenho que inclusive fazer reconhecimento ao que ele fez pra cidade de São Paulo.".
Ricardo Nunes afirmou que as discussões estão avançadas para receber apoio não apenas do PL, mas do PP, do Podemos, do PSD e do Republicanos. Ele também citou conversas com União Brasil e PSDB. Segundo ele, a decisão sobre o vice será tomada em conjunto no ano que vem.
"Vamos reunir os partidos que vão estar com a gente na coligação e tomar uma decisão conjunta. Essa decisão conjunta evidentemente cada um vai trazer os seus argumentos para poder colocar o seu vice. O PL gostaria de indicar, o Republicanos já falou que quer, o Podemos, o PSDB. O que vai acontecer? O PL vai dizer: Oh, eu tenho o maior tempo de televisão, mas eu tenho um nome que não agrega muito , o outro pode ter um nome melhor, ou PL pode ter um nome bom e o tempo de televisão. É discussão. Agora, evidentemente, um partido do tamanho que é o PL, com o tempo de televisão, tem um peso enorme, né? Inclusive de convencimento de todos. É muito importante a participação de todos, mas a decisão vai ser uma decisão conjunta", afirmou.