Em um discurso para abordar seus planos para a recuperação econômica dos EUA, o presidente eleito, Joe Biden, disse nesta segunda, 16, que a falta de coordenação do governo de Donald Trump com sua equipe de transição pode atrasar a distribuição de vacinas contra a covid-19 e "mais pessoas podem morrer".
Biden expressou frustração com a recusa de Trump até agora em cooperar no processo de transição. "Se tivermos de esperar até (o dia da posse) 20 de janeiro para começar esse planejamento, isso nos atrasará por um mês, um mês e meio. Portanto, é importante que haja coordenação agora – agora ou o mais rápido possível", declarou.
O democrata disse que era "uma ótima notícia" que as vacinas de duas empresas – Moderna e Pfizer – tenham mostrado eficácia "superior a 90%" durante os testes recentes. "Mas obter a vacina e fazer a vacinação, no entanto, são duas coisas diferentes."
Biden declarou que os líderes empresariais com os quais falou ontem concordaram que o quanto antes sua equipe obtiver acesso ao plano de distribuição de vacinas do governo Trump, "mais cedo essa transição ocorrerá sem problemas".
O discurso de Biden se concentrou na necessidade de conter o vírus para colocar a economia americana de volta nos trilhos, assim como garantir que os trabalhadores e as empresas possam atuar com segurança. Seus comentários abordaram temas gerais sobre a saúde econômica do país e seus planos para melhorar o crescimento e a igualdade no curto e longo prazos.
Ao mesmo tempo em que o país vê um salto no aumento do número de casos e de mortes por coronavírus – 11 milhões de contágios e 246 mil mortes -, ele é tomado por um otimismo com relação a uma vacina. Biden também disse que o "único motivo pelo qual as pessoas estão questionando" a segurança de uma futura vacina "é Trump" e assegurou que "não terá dúvidas" em tomá-la.
Biden afirmou que a economia necessita "rapidamente" de um estímulo para enfrentar os efeitos da crise sanitária. Ele indicou que os mais ricos e as principais companhias do país deveriam "pagar sua justa parte" em impostos. Segundo o presidente eleito, um novo plano de estímulo é fundamental para ajudar a economia diante do aumento do número de contágios de covid-19, pois as coisas "ficarão mais difíceis".
Ele acrescentou que seu plano econômico criará 3 milhões de postos de trabalho "bem pagos" e aumentará o salário mínimo para US$ 15 a hora. "Nosso plano é criar milhões de empregos bem remunerados na indústria, na produção de automóveis e tecnologia, que necessitaremos no futuro para sermos competitivos com o restante do mundo."
<b>Discussões</b>
O democrata pediu também ao Congresso que aprove um novo pacote de ajuda econômica para fazer frente aos impactos provocados pela pandemia. Ele reforçou aos parlamentares de ambas as Casas que passem um pacote semelhante ao que foi aprovado em maio e depois revisado em outubro. "Assim que acabarmos com o vírus e oferecermos alívio econômico aos trabalhadores e às empresas, poderemos começar a reconstruir melhor do que antes", disse.
Antes dos discursos de Biden e de sua vice, Kamala Harris, eles conversaram com empresários e sindicalistas para discutir a recuperação econômica, incluindo Mary Barra, executiva da General Motors; Sonia Syngal, da Gap; e Satya Nadella, chefe da Microsoft. Entre os líderes sindicais estavam Richard Trumka, da AFL-CIO, e Rory Gamble, presidente da United Auto Workers. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>