Queda externa estimula realização na Bolsa

A terça-feira é de pausa dos ganhos da véspera na Bolsa brasileira. Depois de testar os 106 mil pontos ontem, influenciado pela esperança de sucesso de mais uma vacina para combater o novo coronavírus, o Ibovespa iniciou o pregão em queda. A cautela que se impõe no mercado internacional em meio ao avanço da segunda onda de covid-19 na Europa e nos EUA respinga por aqui, em dia de agenda de indicadores interna esvaziada. Há temores de que mesmo com uma vacina contra o coronavírus, a imunização seja insuficiente para evitar uma derrubada da atividade mundial.

No entanto, a agenda nos EUA merece atenção. Há pouco, o Ibovespa aprofundou a queda, acompanhando a deterioração dos índices futuros em Nova York, bem como a piora nas cotações do petróleo. A commodity recuava entre 1,45% (NY) e 1,30% (Londres), depois de operar perto da estabilidade mais cedo. Já os futuros cediam entre 0,85% e 0,72%, com o Nasdaq também diminuindo a alta a 0,11%.

O movimento coincidiu coma divulgação das vendas no varejo dos Estados Unidos. O dado subiu 0,3% em outubro ante setembro, abaixo da expectativa média de analistas, de avanço de 0,5%. Excluindo-se automóveis, as vendas no setor varejista americano cresceram 0,2% na comparação mensal de outubro. Neste caso, a projeção era de acréscimo de 0,6%.

Às 10h37, o Ibovespa caía 0,53%, na mínima, aos 105.860,79 pontos, após máxima aos 106.430,04 pontos. Ontem, o índice encerrou em alta de 1,63%, aos 106.429,92 pontos, maior nível de encerramento desde 4 de março (107.224,22 pontos).

Agora, espera-se a produção industrial de outubro do país, que sairá ainda esta manhã, além do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, à tarde, em evento.

De acordo com o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada, os dados americanos devem manter a tendência de recuperação da atividade, embora com variações mais contidas na margem. Ele cita, em nota, que outubro já foi um mês marcado pelo aumento dos casos de coronavírus nos EUA, o que pode impactar o desempenho dos setores.

Quanto ao discurso de Powell, o economista da Tendências cita que será importante avaliar qualquer sinalização de aumento de estímulos monetários, diante das incertezas com a magnitude do suporte fiscal que virá nos próximos meses.

A queda do petróleo no exterior empurra as ações da Petrobras para o negativo:PN cedia 0,94% e ON recuava 1,30%, perto das 11 horas. Já Vale ON subia 0,53%, após valorização de 1,10% do minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, no fechamento, a US$ 125,44 a tonelada.

Depois do recuo da véspera, as ações de consumo subiam, com destaque para CVC ON (5,59%), enquanto Embraer ON liderava a lista de maiores quedas (-1,86%).

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