Os ex-presidentes dos Estados Unidos Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton repudiaram os protestos violentos ocorridos nesta quarta-feira no Congresso americano. Manifestantes favoráveis a Donald Trump invadiram o Capitólio e paralisaram a sessão que ratificaria a vitória de Joe Biden.
Obama acusou Trump de incitar as manifestações e classificou os atos como vergonhosos. "A história se lembrará corretamente da violência de hoje no Capitólio, incitada por um presidente em exercício que continuou a mentir sem base sobre o resultado de uma eleição legal, como um momento de grande desonra e vergonha para nossa nação", disse Obama, em uma declaração divulgada há pouco.
O democrata, que governou os EUA de 2009 a 2017, também disse que os atos não são "uma surpresa total". "Há dois meses, um partido político e seu ecossistema de mídia não estão dispostos a dizer a verdade a seus seguidores. Agora estamos vendo as consequências, intensificadas em um crescente violência", afirmou Obama.
Bush, do mesmo partido de Trump, afirmou que estava consternado acompanhando as manifestações. "É uma visão doentia e comovente. É assim que os resultados da eleição são disputados em uma república das bananas – não em nossa república democrática", disse o ex-presidente, cujo mandato durou de 2001 a 2009.
Sem citar diretamente Trump, Bush cobrou responsabilidade dos líderes políticos. "Estou chocado com o comportamento imprudente de alguns líderes políticos desde as eleições e com a falta de respeito demonstrado hoje por nossas instituições, nossas tradições e nossa aplicação da lei. O violento ataque ao Capitólio – e a interrupção de uma sessão do Congresso ordenada pela Constituição – foi empreendida por pessoas cujas paixões foram inflamadas por mentiras e falsas esperanças. A insurreição pode causar graves danos à nossa nação e reputação", disse Bush.
Por fim, Bush pediu que deixem os políticos eleitos pelo povo cumprirem seus deveres. "Deixe que os funcionários eleitos pelo povo cumpram seus deveres e representem nossas vozes em paz e segurança", concluiu.
No Twitter, Clinton – presidente de 1993 a 2001 – afirmou que o ataque ao Capitólio foi alimentado nos últimos quatro anos por meio da política de Trump. "Sempre acreditei que a América é feita de pessoas boas e decentes. Eu ainda acredito", disse.
O ex-presidente afirmou ainda que a "eleição foi livre, a contagem foi justa, o resultado é definitivo". "Devemos concluir a transferência pacífica de poder dos mandatos de nossa Constituição", escreveu.