A expectativa para o IPCA deste ano foi mantida no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 6. A projeção para a inflação oficial em 2023 seguiu em 4,63%. Um mês antes, a mediana era de 4,86%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção piorou de 3,90% para 3,91%. Há um mês, era de 3,88%.
Considerando as 100 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 se manteve em 4,61%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,92% para 3,93%, considerando 100 atualizações no período.
Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 15ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa seguiu em 3,50% pela 18ª semana seguida.
As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o BC divulgou projeção de 3,6% para o IPCA de 2024, acima dos 3,5% da reunião anterior. Para 2025, subiu de 3,1% para 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 5,0% para 4,7%. O colegiado reduziu a Selic pela terceira vez consecutiva em 0,50 pp, para 12,25% ao ano.
<b>Curto prazo</b>
Os economistas mantiveram a expectativa de inflação de curto prazo no Boletim Focus desta segunda. A mediana para outubro seguiu em 0,28%. Há um mês, a expectativa era de 0,38%.
Para o IPCA de novembro, a estimativa seguiu em 0,30%, de 0,32% um mês antes. Já para dezembro, a previsão para o indicador seguiu em 0,50%, ante 0,52% de quatro semanas atrás.
<b>Projeção suavizada da inflação</b>
Os economistas do mercado financeiro revisaram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses que passou de 3,92% para 3,94%, de 4,00% há um mês.
No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao <b>Estadão/Broadcast</b> que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.
Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.