Estadão

Dólar ganha força junto com Treasuries e DXY, mas fluxo comercial limita

O dólar devolveu o recuo intradiário e passou a subir no mercado à vista na manhã desta sexta-feira, 1, conforme os yields dos Treasuries e o índice DXY do dólar ante divisas principais reduzem a queda.

O mercado de câmbio à vista tem dificuldade para se manter no terreno positivo porque a cotação acima de R$ 4,90 estimula ofertas de dólares por exportadores no mercado à vista em meio à alta do minério de ferro de 1,99% em Dalian, na China, o equivalente a US$ 136,69 por tonelada, disse um operador. O índice DXY sustenta baixa também, embora também tenha desacelerado o recuo.

Os investidores começam o mês de dezembro avaliando o crescimento da produção industrial de 0,1% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, divulgou mais cedo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da mediana das previsões de analistas colhidas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,4%. O intervalo das estimativas ia de queda de 0,1% a alta de 0,8%. Em relação a outubro de 2022, a produção subiu 1,2%, também abaixo da mediana prevista, de alta de 1,8%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam entre aumento de 0,5% e 3,0%.

Também repercutem declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, em evento do Barclays. Há expectativas ainda por discursos do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na Febraban (11h30), e do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em dois eventos (13h e 16h).

Guillen disse, mais cedo, que o Comitê de Política Monetária (Copom) debateu nas últimas reuniões quando a moderação da atividade doméstica viria, visto que os resultados da economia vieram mais forte que o esperado em 2022 e nos primeiros trimestres deste ano. "O primeiro trimestre foi impulsionado pela agricultura e o segundo trimestre pelo consumo das famílias. Isso é muito relacionado com a confiança do consumidor, que começou a cair na segunda metade do ano", destacou, em palestra no evento Barclays Day, em São Paulo.

Segundo o diretor, tem sido difícil "entender e racionalizar" alguns números do mercado de trabalho, com a continuidade da abertura de vagas de trabalho sem pressões visíveis nos salários. "Alguma coisa está mudando no mercado de trabalho, com o desemprego reduzindo sem aparente pressão inflacionária. Há o risco de algo estar acontecendo e nós não estarmos vendo. Precisamos monitorar com cuidado", completou.

Na China, embora o PMI industrial tenha subido de 49,5 em outubro para 50,7 em novembro, segundo S&P Global/Caixin, apontando expansão da atividade e acima da expectativa de analistas de alta a 49,8, o dado é ofuscado depois do recuo do PMI oficial da indústria do país em novembro divulgado ontem (de 49,5 no mês anterior a 49,4 em novembro).

Às 9h43 desta sexta, o dólar à vista subia 0,09%, a R$ 4,9194. O dólar para janeiro de 2024 perdia 0,22%, a R$ 4,9330, refletindo ainda ajustes ao fechamento anterior (a R$ 4,9440) bem acima do preço à vista (a R$ 4,9152).

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