Um dos maiores nomes da história do tênis brasileiro, Gustavo Kuerten avaliou nesta quarta-feira que o País está próximo de voltar a ter um jogador com reais condições de vencer um torneio de simples no circuito da ATP. Em entrevista coletiva durante o Rio Open, que está sendo disputado no Jockey Club Brasileiro, o tricampeão de Roland Garros disse acreditar que em três anos o País terá um jogador brigando pelo título do torneio carioca, que é o mais importante da América do Sul.
"Daqui a pouco a gente vai ter uma safra com maiores pretensões. Na décima edição – a gente está na sétima agora – pode ter certeza que vamos ter brasileiro brigando pelo título", considerou, acrescentando que "se der este ano, será um acontecimento".
Guga teceu muitos elogios a Thiago Wild, paranaense de 19 anos que, na segunda-feira, salvou três match points e venceu e virada o espanhol Alejandro Fokina, na primeira rodada do Rio Open.
"Ano passado eu até falei que o Thiago tinha tudo para ser o grande protagonista dessa nova geração, e isso vai se concretizar. O Wild passou por todas as etapas, foi campeão em todas as categorias que participou, vem num processo de crescimento contínuo, e com essa idade está tendo experiências muito precoces", pontuou Guga.
"Vejo o Tiago Wild muito seguro. A personalidade dele às vezes é motivo de notícia, acham que é o lado mais crítico, mas eu vejo que ele precisa acreditar nele, muito. Vejo que ele está disposto a suportar todas as etapas."
A participação de Wild e de outros tenistas brasileiros no Rio Open é vista por Kuerten como "fundamental" para o País voltar a ter jogadores no primeiro escalão do tênis mundial. "Funciona como uma catapulta pra dar velocidade, estímulo", avaliou. "Esse torneio dá a sensação (aos novos jogadores) de que o tênis mundial não é tão impossível assim."
O "não é tão impossível assim" foi exemplificado por Guga com a atuação de outro brasileiro da nova geração, Felipe Meligeni, que na terça conseguiu vencer um set sobre Dominic Thiem, quarto colocado no ranking mundial.
"Não vai transformar, mas seguramente antecipa e auxilia para se ter convicções, acreditar mais. Parece um abismo, mas de repente o Felipe Meligeni ganha um set do Thiem num momento de oscilação…", disse Guga, "O tênis é isso: trabalhar bastante e acreditar muito."