De um dia para o outro, o professor Paul (Nicolas Cage) não consegue mais andar na rua. Sem querer, e sem entender, ele se torna uma celebridade instantânea. As pessoas, afinal, estão tendo sonhos com ele, mesmo sem conhecê-lo.
A partir dessa premissa, O Homem dos Sonhos, em cartaz nos cinemas, mostra Paul entre o céu e o inferno, entre a comédia e a tragédia. Ele não sabe explicar o que houve, mas vê uma oportunidade de crescimento profissional, econômico e social. No entanto, o diretor e roteirista Kristoffer Borgli vai além. Sonhos se tornam pesadelos. Paul deixa de ser amado.
<i>O Homem dos Sonhos</i>, assim, se revela como uma comédia farsesca afinada com a realidade. Navegando em conceitos do inconsciente coletivo de Carl Gustav Jung, o filme traz comentários sobre a fama instantânea que a internet trouxe.
Mas a internet e Borgli, consciente da pequenez de seu protagonista, não são clementes. Um deslize e pronto: vem o cancelamento. Não importa se Paul tem alguma culpa nessa história. Se ele está no topo, é preciso derrubá-lo.
O Homem dos Sonhos sabe o que dizer, ainda que não saiba como terminar a história. O final é um tanto abobalhado, seguindo um desfecho pouco interessante. Pelo menos, no processo, encontramos ideias interessantes, uma boa dose de reflexão sobre a fama – e o ator Nicolas Cage em um de seus melhores trabalhos.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>