O governo Trump está preparando novas rodadas de sanções contra a Síria, segundo informações de autoridades americanas. A ideia é incluir na lista negra redes de apoio financeiro de outros países que alimentam o governo do presidente Bashar al-Assad.
Conforme as fontes, como al-Assad garantiu ganhos militares e políticos nos últimos meses, a extensão das sanções ao sistema financeiro de países apoiadores do regime sírio deve aumentar a pressão internacional por uma paz negociada e transição política. Os EUA querem cortar o financiamento do governo de Assad vindo do exterior, investigando empresas internacionais ligadas ao regime e intensificando os esforços diplomáticos para pressionar governos, incluindo aliados dos EUA, a cortar o fluxo de recursos para o país.
Estes esforços devem se somar às medidas do Tesouro dos EUA e do Departamento de Estado do país para punir quase três dezenas de indivíduos e empresas nos últimos dois meses, em especial os ligados à família Assad, considerados o núcleo da estrutura de poder do presidente sírio e que ajudam a financiar o regime.
Alvos recentes incluem o filho de Assad e a esposa britânica que, segundo autoridades norte-americanas, estariam gerindo um grande portfólio de ativos comerciais. O governo Trump sancionou membros da família Assad e outras pessoas sob a Lei de Proteção Civil Caesar Síria, que visa pressionar o regime por causa da violência contra civis.
Autoridades norte-americanas e ocidentais também informaram que outras sanções estão sendo preparadas. As restrições adicionais abrangeriam apoiadores e associados do regime sírio no Líbano e nos Emirados Árabes Unidos, bem como imóveis e outras firmas na Europa ligadas à família Assad e a um importante empresário sírio que é parente de Assad.
Os EUA já colocaram na lista negra empresas e autoridades iranianas e russas. "Estamos mantendo nossa máxima pressão política e econômica, visando particularmente elementos militares e aqueles que estão beneficiando os oligarcas, assim como outros que estão facilitando o trabalho de Assad", disse o representante especial do Departamento de Estado para a Síria, James Jeffrey.
Em junho, Jeffrey declarou publicamente que os Emirados Árabes Unidos podem enfrentar ações punitivas se alguém for descoberto ajudando o regime de Assad. "Os Emirados Árabes Unidos sabem que nos opomos absolutamente a países que tomam medidas diplomáticas de reaproximação com a Síria. Aqueles que ajudam o regime de alguma forma são um potencial alvo de sanções", disse.
O alerta dos EUA ocorreu após a reabertura da embaixada dos Emirados Árabes em Damasco e a oferta de ajuda a Assad para enfrentar a pandemia de covid-19, no início deste ano, pelo xeque Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi. As empresas regionais também foram advertidas pelos EUA sobre a tentativa de investir na Síria, sob o risco de sanções.
Os Emirados Árabes são aliados da segurança dos EUA e parceiros-chave nas sanções, mas seus contatos com a Síria são um dilema para a política dos EUA. O país árabe iniciou uma reaproximação com o líder sírio, visando ganhar uma posição política e econômica na Síria do pós-guerra, segundo diplomatas dos EUA. No mês passado, entregou máscaras e outros equipamentos de proteção individual a Damasco, segundo um empresário sírio familiarizado com o regime. Fonte: Dow Jones Newswires.