Todos os governadores eleitos diretamente no Rio desde a reta final da ditadura ainda vivos enfrentaram ou enfrentam processos na Justiça – a maioria já passou pela cadeia e um deles, Sérgio Cabral Filho, cumpre penas que, somadas, passam de 300 anos. Só Leonel Brizola (PDT, 1983-1987 e 1991-1994) e Marcello Alencar (PSDB, 1995-1998), já mortos, não integram a lista. Outros três, Nilo Batista (PDT, 1994), Benedita da Silva (PT, 2002) e Francisco Dornelles (PP, 2018), também estão fora da relação, mas não foram eleitos para o posto. Assumiram no lugar dos titulares Brizola, Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão, respectivamente.
Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo nesta sexta-feira, soma-se a essa galeria de mandatários investigados por suspeitas, sobretudo, de corrupção. Alega ser perseguido politicamente e se diz inocente.
Cabral (2007-2014) foi preso em 2017, na Operação Calicute, que abriu a crise política no Rio de Janeiro. As investigações, desdobradas em outras ações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, já geraram 14 condenações – ao todo, são 294 anos de cadeia. Esse número, porém, deve subir, porque há outras investigações e ações penais em curso.
O sucessor de Cabral, Pezão (2015-2018), também foi processado e preso – quando ainda era governador, no fim do mandato, no Palácio Laranjeiras. Foi posteriormente solto, após meses em um quartel da Polícia Militar, mas ainda se defende na Justiça. Os dois respondem por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Rosinha Garotinho (PSB e PMDB, 2003-2006) e Anthony Garotinho (PDT e PSB, 1999-2002) também conheceram a cadeia. O ex-governador foi preso em novembro de 2016 na Operação Chequinho, sobre corrupção eleitoral em Campos dos Goytacazes. Garotinho foi solto, mas a mesma operação o reconduziu ao cárcere, em setembro de 2017. Nessa ocasião, Garotinho foi preso quando fazia seu programa na Rádio Tupi. Logo, conseguiu prisão domiciliar.
Dois meses depois, teve nova prisão decretada, juntamente com Rosinha, desta vez na Operação Caixa DÁgua, sobre suposta arrecadação ilegal de fundos de campanha eleitoral. Ambos foram soltos, mas, em novembro de 2019, voltaram por breve período à prisão. A acusação era de superfaturamento na prefeitura campista.
Wellington Moreira Franco (PMDB, 1987-1991), ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, ficou menos de uma semana na cadeia, em março de 2019, depois que o Ministério Público Federal o denunciou por corrupção. Foi libertado por liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).