A geradora de energia Auren registrou lucro líquido de R$ 253,6 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 10,3% frente o reportado em igual etapa do ano passado.
O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado alcançou de R$ 599,6 milhões no período, alta de 32,7%, refletindo principalmente a marcação a mercado em contratos de venda de energia devido ao aumento do preço médio de energia no longo prazo, que foi impulsionado pela piora das condições hidrológicas dos últimos meses.
Desconsiderando esse efeito e outros itens, o Ebitda ajustado somou R$ 360 milhões, queda de 9,1% na comparação anual.
Já a receita líquida dos primeiros três meses deste ano somou R$ 1,397 bilhão, 1,2% abaixo do verificado de janeiro a março de 2023.
O desempenho trimestral, segundo a empresa, foi prejudicado pela menor geração de energia, principalmente dos ativos eólicos, associada a uma redução dos preços médios, refletindo a reposição de contratos antigos por contratos novos.
Os parques eólicos da empresa produziram 225,3 megawatts médios (MWm) no primeiro trimestre, queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a produção hidrelétrica ficou em 916,2 MWm de janeiro a março, 2,5% inferior ao verificado um ano antes.
"No Nordeste, o recurso eólico foi sensivelmente mais baixo do que o histórico, muito relacionada com uma transição, com uma mudança da zona de baixa pressão ali no Nordeste, que favoreceu chuvas na região, resultando em recurso eólico menor", disse ao <b>Broadcast Energia</b> o vice-presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Auren, Mario Bertoncini.
Por outro lado, o executivo citou o bom desempenho do segmento de comercialização, no qual a Auren encerrou o trimestre com aumento de 21,8% no volume de venda de comercializado em relação ao primeiro trimestre do ano passado e um aumento de 7,3% na receita do segmento.
Destaque, também para a redução dos custos operacionais com Pessoal, Materiais, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO), que somou R$ 131 milhões, queda de 4,5% em termos nominais, ou 9% em valores reais. A queda reflete menores despesas com pessoal, por conta de menores gastos com rescisões, e redução com materiais e serviços de terceiros, elevadas no ano passado por manutenção em uma das usinas, informou a Auren.
<b>Dívida</b>
A Auren encerrou março com uma dívida líquida de R$ 3,4 bilhões, com prazo médio de 7,1 anos. A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda Ajustado, atingiu 1,96 vez, o que corresponde a um aumento de 0,17 vez em comparação com a 1,79 vez registrada ao final de dezembro.