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Rússia: comissão aprova plano para aumentar impostos sobre ricos para financiar guerra

Uma comissão governamental da Rússia aprovou, ontem, 29, um plano do Ministério da Fazenda para introduzir um novo imposto de renda progressivo, bem como aumentar as alíquotas do imposto corporativo, a fim de financiar uma guerra mais prolongada contra a Ucrânia. As alterações propostas entrariam em vigor a partir do próximo ano devem gerar um adicional de 2,6 trilhões de rublos (US$ 29 bilhões).

As emendas, que representam a maior reforma do sistema tributário russo em anos, são um sinal da aposta do presidente Vladimir Putin em uma guerra prolongada e custosa e seus esforços contínuos para alinhar tanto a sociedade quanto a economia ao esforço militar.

Os aumentos têm como objetivo financiar os crescentes gastos governamentais em uma guerra que transformou a economia russa nos últimos dois anos. O gasto com guerra proporcionou um impulso ao crescimento econômico, com fábricas trabalhando ininterruptamente para produzir cartuchos de artilharia e tanques, além de aumentar salários para atrair funcionários.

Atualmente, a Rússia tem um imposto de renda fixo de 13% para a maioria das pessoas, com alguns grandes rendimentos pagando uma taxa de 15%, uma carga tributária significativamente menor do que nos Estados Unidos ou na Europa. De acordo com as mudanças propostas, as novas alíquotas variariam de 13% para quem ganha até o equivalente a US$ 27 mil por ano a até 22% para quem excede US$ 560 mil. A renda familiar per capita é de cerca de US$ 7.100, de acordo com o provedor de dados CEIC.

Os gastos militares da Rússia já ultrapassam 6% do Produto Interno Bruto, aproximando-se dos níveis alcançados pela União Soviética no auge da Guerra Fria nos anos 1980. No início deste mês, Putin nomeou o macroeconomista Andrei Belousov como ministro da Defesa, destacando o quanto a guerra se tornou central para o paradigma econômico da Rússia.

No entanto, injetar esse dinheiro na guerra pressionou as finanças governamentais. O déficit orçamentário federal subiu para US$ 16,6 bilhões nos primeiros quatro meses deste ano, quase atingindo a projeção de déficit do governo para o ano inteiro.

Moscou cobriu o buraco recorrendo ao seu fundo de reserva, gerado principalmente com receita de vendas de petróleo, e emitindo mais dívidas. O valor do fundo caiu para US$ 139 bilhões, comparado a cerca de US$ 180 bilhões antes da guerra.

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