Os juros futuros fecharam a segunda-feira, 8, sem direção única. As taxas curtas fecharam perto da estabilidade, as de prazo intermediário ainda sustentaram um viés de alta, mas as longas passaram a recuar com o alívio no câmbio, o que conferiu à curva uma leve desinclinação. Porém, hoje sem destaques de agenda e noticiário, as oscilações foram limitadas e o volume, modesto. O movimento de realização de lucros visto nas últimas sessões chegou a pautar os negócios pela manhã, mas perdeu fôlego à tarde a partir da aceleração da queda do dólar, que bateu mínimas até a casa dos R$ 4,86.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou com taxa de 2,19% (2,17% no ajuste anterior) e a do DI para janeiro de 2022 passou de 3,07% para 3,12%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 5,77%, de 5,802% no ajuste de sexta-feira, e o DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 6,71%, de 6,772%.
A semana é de agenda pesada, no Brasil e no exterior, com divulgação do IPCA de maio, reunião do Federal Reserve, além de julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF) que podem mudar o cenário político. Todo esse calendário serve de argumento para explicar movimentos mais comedidos, deixando os investidores em compasso de espera antes de definir posições. A semana também é mais curta para o mercado financeiro em função do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira.
"Hoje não tivemos nada de impacto, com o mercado aguardando IPCA, Fomc, TSE e STF. Roberto Campos Neto somente ratificou as apostas de corte de 0,75 ponto e no more", disse o gerente da Mesa de Reais da CM Capital, Jefferson Lima. Durante reunião por videoconferência com investidores, organizada pelo Goldman Sachs, Campos Neto repetiu que a autarquia considera um corte adicional da Selic de até 0,75 ponto porcentual em seu próximo encontro. Voltou a dizer que a conjuntura atual recomenda um estímulo monetário "extraordinariamente elevado", mas, ao mesmo tempo, pontuou que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional da Selic.
Desse modo, sem novos fatores capazes de alterar o quadro de apostas para a política monetária de curto prazo, as taxas curtas mostraram pouca mobilidade. A dinâmica, porém, pode mudar com o IPCA de maio, que sai na quarta-feira (10), para o qual a mediana das estimativas de pesquisa do Projeções Broadcast é de deflação de 0,46%.
O miolo da curva ainda sustentou alguma correção até o fim da sessão, com taxas em leve alta, mas com o dólar abaixo de R$ 4,90 os DIs longos passaram a cair, num dia também em que os contratos de Credit Default Swap (CDS, em inglês) estiveram bem comportados.