Ele que deve explicar, diz Caiado, sobre aglomeração causada por Bolsonaro

Após visitar a construção de um hospital de campanha no município de Águas Lindas junto com o presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 11, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), voltou a criticar a postura do chefe do Executivo no enfrentamento ao coronavírus. O governador disse ainda que o presidente deveria se explicar por causar aglomeração ao ir ao encontro de apoiadores.

"Ele que deve explicar essa posição. Essa posição não foi a minha", diz Caiado, que não participou da caminhada ao lado de Bolsonaro.

Inicialmente de máscara, o presidente tirou a proteção enquanto cumprimentava eleitores.

Questionado se o chefe do Executivo não estava dando um mau exemplo à população, o governador reforçou que defende o isolamento social. "Ele é o presidente, eu sou o governador. A minha posição foi a que vocês acompanharam. Essa é a posição que manteremos até o dia 19. Já estamos elaborando um planejamento sobre que áreas e regiões poderemos abrir", disse.

No mês passado, Caiado, que é médico, rompeu com Bolsonaro após pronunciamento em que o presidente minimizou a covid-19, chamando de "gripezinha", e incentivando a população a voltar às suas rotinas para evitar um colapso da economia.

A visita em conjunto neste sábado foi uma tentativa de reaproximação por parte de Bolsonaro. "A discordância em relação às propostas de como se trata o coronavírus é uma decisão pessoal. Eu sigo a parte da ciência e as regras do ministério da Saúde. Essa é minha posição. As regras implantadas em Goiás são a do Ministério da Saúde. A minha posição é contra a liberação do isolamento", disse o governador.

O hospital de campanha, instalado em uma área de 10 mil metros quadrados, terá 200 leitos se semi-UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atender pacientes de Goiás e do Distrito Federal. A construção começou a há uma semana e a previsão é que esteja pronto em 15 dias.

O governo federal arcará com o custo de R$ 10 milhões para a construção e manutenção do hospital por quatro meses. Já os custos com equipe médica e materiais serão de responsabilidade do governo de Goiás.

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