Duas das mais conceituadas e experientes equipes médicas do País, dos hospitais das Clínicas de São Paulo e Albert Einstein, passaram dias de angústia até finalmente descobrir o raro diagnóstico do paciente morto por febre hemorrágica brasileira.
A vítima da doença, um homem de 50 anos, passou por hospitais do interior paulista no final de dezembro e morreu no dia 11 de janeiro. Foram necessários mais de sete dias e dezenas de testes negativos até que os especialistas detectassem o arenavírus que causou a doença.
O diagnóstico só foi possível graças a um teste recém-incorporado ao Laboratório de Técnicas Especiais do Einstein, que tem uma parceria com o Sistema único de Saúde (SUS). "Fizemos testes para febre amarela, vários tipos de hepatites, dengue, zika e outras doenças e os resultados vinham negativos. Tínhamos acabado de padronizar um exame novo, o viroma, que era capaz de identificar vários vírus ao mesmo tempo. Pediram para usarmos essa metodologia e, para a nossa surpresa, era um arenavírus", conta João Renato Rebello Pinho, coordenador do laboratório do Einstein.
"Descobrimos no dia 13 de janeiro. Infelizmente o paciente já tinha falecido, mas pelo menos conseguimos identificar o agente causador e isso possibilita um monitoramento", destaca o especialista.
Entre 100 e 150 pessoas que tiveram contato com o paciente que morreu de febre hemorrágica serão monitoradas nas próximas semanas quanto a possíveis sintomas da doença. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>